Confessando ao violão



Um cheiro
uma caça
um bote
Um a menos
Outro ali
Mais aqui
outro lá
Acolá
Não consigo mais parar
não pretendo nem fazê-lo
Sou vilão e devo sê-lo
Confessando ao violão

Me encanta o assombro
os engano com canções
Me renovam o engodo
os suplícios e os perdões
Meu prazer é nunca ser
o que pensam que eu sou
Negocio pelo ócio
não pretendo me mexer
Com os olhos dito tudo
sem falar engano todos
Na verdade minto sempre
nem sei mais se falei
E se alguém quer confrontar
se dissolvem as certezas
Balbucio sutilezas

Boto fogo em papel
Meu papel de incendiário
Um chapéu comunitário
com degolas oportunas
Não há lei que me condene
nem juízo que me vença
Argumento minha sorte
ameaço com a morte
Calunio o inocente
aplaudindo prepotente
Se separo tudo e todos
Um pouco tudo
e quase nada
Apenas isso
em quase todos

Um dia vem 
eu sei que vem
Meu fim já chega e já não tarda
Me arrebata e dilacera
ver a morte que acelera
Me faria gentileza
me pular por esperteza
Sei que a vida chama a morte
e que a morte não me esquece
Fecho os olhos em feridas
deixo marcas
Minha paga
fim...

Abril 2015

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