Por Jânsen Leiros Jr
“27 Ora, enquanto ele dizia estas coisas, certa mulher dentre a multidão levantou a voz e lhe disse: Bem-aventurado o ventre que te trouxe e os
peitos em que te amamentaste. 28 Mas ele respondeu: Antes bem-aventurados os que ouvem a
palavra de Deus, e a observam."
Lucas 11:27-28 - JFA
Mais uma vez os laços familiares de
Jesus são colocados sob holofotes de presumíveis distinções. É claro que uma
frase como essa, enaltecendo o ventre que
te trouxe, só poderia ser dito por uma mulher, que por sua condição feminina, entenderia a felicidade de ter gerado alguém que ensinasse de forma
tão edificante.
Ao contrário do que muitos afirmam, não
há aqui uma declaração de desprezo do Senhor pelos laços familiares. Note-se
que ele não nega a bem-aventurança gritada pela mulher, mas ele diz que "antes",
no sentido de "ainda mais bem-aventurado" como trazem outras traduções,
referindo-se aos que ouvem e observam a palavra de Deus.
Por toda a Bíblia, laços de família são
apresentados como importantes e sobretudo legítimos em diversos aspectos. Tanto
bens materiais quanto reinados e honrarias, são conferidos a indivíduos que
pertenciam a determinadas linhagens familiares, que traziam implícitas em tais
heranças, seus papéis sociais tanto em direitos quanto em deveres. Isso fica
ainda mais evidente, quando a genealogia de Jesus é detalhadamente apresentada
pelos evangelistas, sustentando seu direito a reino e responsabilidade de
conduzir o seu povo.
É importante ressaltar, contudo, que
nenhum laço familiar, laço de sangue, se sobrepõe ou é bastante suficiente para
justificar qualquer pessoa diante de Deus. Ou seja, o papel instrumental de
Maria, mãe de Jesus, não lhe garantia qualquer bem-aventurança de justiça e
salvação, se não viesse ela mesma a reconhecer que aquele a quem gerou por
meses em seu ventre e a quem amamentou, era o Messias, o Cordeiro de Deus que
tira o pecado do mundo. Antes
bem-aventurado quem ouve e pratica.
Por que razão quem ouve e pratica, ou se preferirem, obedece,
é mais bem-aventurado do que quem amamentou? Porque esse último depende da
escolha soberana de Deus, mas o primeiro da atitude espontânea e livre de
escolher seguir na graça de Deus sem qualquer imposição. Um é o papel instrumental.
O outro é opcional. Porque Deus pode suscitar de pedras, filhos a Abraão. Mas
tornar-se filho de Deus pela graça, é um ato de fé. Somos uma família constituída
por herança espiritual e não por herança de sangue.
Refletindo o Exercício
O reino de Deus não se forma por nepotismos. Ser filho ou
filha de pessoas piedosas não garante salvação, bem como não determina o grau
de relacionamento com Deus. O reino de Deus é formado por filhos e filhas de um
só pai, filhos gerados pela graça de Deus.
Glória á Deus !!
ResponderExcluirAmém!
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