Eu quieto no meu canto


Por Jânsen Leiros Jr.

Bater e correr
falar e tampar os ouvidos
Olhar e fingir não ver
ler sem querer entender
Era um aceno aguardado
um desejo obsceno
um sonhar quase nada
Já nem desejava
tanto assim
Mentira e covardia
Foi catucada de agulhão
Uma dor que não revido
Pois se bate no umbigo
só me resta fazer bico
Pra que lado ajusto
a mira?
Eu quieto no meu canto
eu silente e paciente
num susto salto de assalto
Se me vejo tremendo
outra vez
Se tudo "re sinto" outra vez
Até a angustia de não saber 
como pra que lado 
a pedra atirar
Volto a sentar na calçada
na ponta da guia
pra quem é de guia
Meio fio de quem odeia frio
Olho o céu sem lua
e o ar sem vento
sem mira e sem direção
Largo a pedra no chão
esperando e desejoso
pelo próximo cutucão
Janeiro 2016

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