Exercício 007 - Crendo no que interessa crer, ou nem isso



18 Ora, os discípulos de João anunciaram-lhe todas estas coisas. 19 E João, chamando a dois deles, enviou-os ao Senhor para perguntar-lhe: És tu aquele que havia de vir, ou havemos de esperar outro? 20 Quando aqueles homens chegaram junto dele, disseram: João, o Batista, enviou-nos a perguntar-te: És tu aquele que havia de vir, ou havemos de esperar outro? 21 Naquela mesma hora, curou a muitos de doenças, de moléstias e de espíritos malignos; e deu vista a muitos cegos. 22 Então lhes respondeu: Ide, e contai a João o que tens visto e ouvido: os cegos vêem, os coxos andam, os leprosos são purificados, e os surdos ouvem; os mortos são ressuscitados, e aos pobres é anunciado o evangelho. 23 E bem-aventurado aquele que não se escandalizar de mim.  

24 E, tendo-se retirado os mensageiros de João, Jesus começou a dizer às multidões a respeito de João: Que saístes a ver no deserto? um caniço agitado pelo vento? 25 Mas que saístes a ver? um homem trajado de vestes luxuosas? Eis que aqueles que trajam roupas preciosas, e vivem em delícias, estão nos paços reais. 26 Mas que saístes a ver? um profeta? Sim, vos digo, e muito mais do que profeta. 27 Este é aquele de quem está escrito: Eis aí envio ante a tua face o meu mensageiro, que há de preparar adiante de ti o teu caminho. 28 Pois eu vos digo que, entre os nascidos de mulher, não há nenhum maior do que João; mas aquele que é o menor no Reino de Deus é maior do que ele. 29 E todo o povo que o ouviu, e até os publicanos, reconheceram a justiça de Deus, recebendo o batismo de João. 30 Mas os fariseus e os doutores da lei rejeitaram o conselho de Deus quando a si mesmos, não sendo batizados por ele.  

31 A que, pois, compararei os homens desta geração, e a que são semelhantes? 32 São semelhantes aos meninos que, sentados nas praças, gritam uns para os outros: Tocamo-vos flauta, e não dançastes; cantamos lamentações, e não chorastes. 33 Porquanto veio João, o Batista, não comendo pão nem bebendo vinho, e dizeis: Tem demônio; 34 veio o Filho do homem, comendo e bebendo, e dizeis: Eis aí um comilão e bebedor de vinho, amigo de publicanos e pecadores. 35 Mas a sabedoria é justificada por todos os seus filhos."
Lucas 7:18-35 - JFA

Sendo João Batista o maior entre os homens, dado que todos nascidos de mulher, como seria menor que o menor no Reino de Deus? Essa é uma questão interessante, que envolve avaliarmos a situação conforme narrada em seu contexto, bem como nos exige trazer alguns outros fatos à memória.

Após mim, dizia o próprio João, virá aquele de quem não sou digno de desatar as sandálias. Eu batizo com água, mas ele batizará com o Espírito Santo e com fogo. Como agora ele perguntava se Jesus seria mesmo o Messias, ou se haveria de esperar outro? Porque entendera que sua vinda seria para juízo e estabelecimento do seu Reino, e não para realizar milagres e misericórdia para com o povo. Ele aguardava um Messias Rei, e não servo, ainda que o tivesse identificado por inspiração, como Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo.

Por essa razão a resposta de Jesus é contundente. Ele primeiro faz com que os discípulos de João testemunhem pessoalmente seus feitos. Ora, essas mesmas coisas já haviam sido relatadas a João pelo seus discípulos anteriormente, e foi exatamente o que lhe havia suscitado a dúvida. Mas Jesus termina com a bem-aventurança aos que não fazem dele e de suas obras, razão para tropeço e escândalo, ou motivo de espanto e incredulidade. Essa conclusão da resposta foi um alerta a João Batista, para que não duvidasse.

Por esse motivo, o menor do Reino de Deus é maior do que João. Ainda que maior dos profetas e dos homens nascidos de mulher, a duvida lhe faz menor do que aqueles que crêem, uma vez que a fé é a condição para o pertencer ao Reino de Deus. Todos os que têm fé pertencem ao Reino, e são por isso mesmo maiores que João, que duvidou.

Entendida essa condição, alguns dos presentes, entre eles publicanos, se batizam demonstrando arrependimento, tendo entendido a justiça de Deus manifesta em Jesus. Mas os fariseus e especialistas da lei rejeitam tal crença, mantendo-se empedernidos em suas convicções legalistas e vaidosas. Tanto o austero João não lhes convence ao arrependimento, nem os milagres de Jesus e seus discursos o levam à fé. Nada lhes é capaz de arrancar de suas conveniências.


Refletindo o Exercício

Até que ponto vivemos crendo no que nos interessa ou nos é conveniente "crer"? O Evangelho da graça nos é pouco? É preciso "incrementar" sua mensagem com factóides espetaculares? Em que Jesus é que cremos?

Um comentário:

  1. Gosto da reflexão dos exercícios pois não vêm com uma conclusão e sim com questões pra que cada um chegue por si só a conclusão

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