Arrependei-vos! Porque tomamos o caminho errado




“Sempre ouço pessoas dizerem que não se arrependem de nada do que fazem, querendo demonstrar, talvez, que não têm vergonha de seus erros ou que sabem assumir suas conseqüências. De certa forma até seria louvável, se isso não embutisse uma profunda relutância em admitir que, em algum momento do caminho, tomaram a direção errada, e que terão de retornar até lá e começar tudo outra vez, se é que pretendem chegar ao destino originalmente traçado.”
JLJr

Antes de iniciarmos a audição do Sermão do Monte, será muito importante identificarmos algumas marcações relevantes do cenário em que ele se desenvolve. Não me refiro ao cenário físico, porque podemos encontrá-lo em quaisquer manuais bíblicos ou em livros ilustrados onde fotos retratam o possível local onde os discípulos ouviram o sermão. Refiro-me ao cenário religioso e emocional em que estavam inseridos os ouvintes de Jesus.

Israel amargava total distanciamento do objetivo que Deus havia traçado para o seu povo. A idéia de um povo santo, separado para lhe pertencer e fiel à esta identidade, criado para que, tanto o seu pensamento quanto o seu comportamento refletissem a glória de Deus e revelasse sua imagem, havia se perdido ao longo de muitos séculos.

Israel não quis ser esse povo. Declinou da missão de ser um povo modelo da sujeição e do domínio de Deus. Na verdade pediu e exigiu ser igual às outras nações, assemelhando-se a elas na constituição política, nos hábitos sociais e até na prática religiosa. Não havia diferença relevante mais sim um modo de vida muito comum a todas as nações que o cercavam.

Arrependei-vos! Dizia Jesus, porque é chegado o Reino de Deus. Arrependei-vos, porque não foi para isso que vocês foram constituídos povo de Deus, nação santa. Não foi para viver essa vida de puro ritualismo, formalidades religiosas, ativismo pretensiosamente piedoso que o Senhor os chamou desde Ur. Arrependei-vos! Abandonem esse modelo superficial, conveniente e ritualista. Assumam uma vida mais relevante, efetiva e plena do domínio e do reinado de Deus em suas vidas.

Ao longo de todo o sermão, Jesus confrontará diante de seus discípulos o vigente e a novidade, o certo e o perfeito, o comum e o revolucionário... O legal e o ideal. Ele apresenta analogias extremas, porém possíveis, fazendo-se exemplo personificado de sua proposta de vida santa, de comunhão com Deus, e de surpreendente relevância no contraste com tudo o que a sociedade e a religiosidade contemporâneas ofereciam. “É chegado o Reino de Deus”.

Então Jesus se afastou para o monte e se distanciou das multidões. Preferiu ficar a sós, mas seus discípulos se aproximaram. Sabendo que provavelmente teria algo a lhes dizer, eles sentaram ainda mais perto, guardando silêncio e esperando que ele o quebrasse. Então o Senhor, abrindo a boca, começou a ensinar-lhes dizendo...



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