Não há um justo
vivendo no mundo
Nem sentido injusto
na morte
Só bustos expostos
na praça
Não há quem observe
pessoas
nem há gente que
se deixe notar
Só anônimas vidas
passantes
Não há quem atenda
pedidos
nem ofícios honestos
nas mãos
Só interesse no uso
dos carentes
Não há quem perceba
suas falhas
nem quem se doa por
não percebê-las
Só surdos à voz
da consciência
Não há quem se incomode
com o lixo
nem a quem o mau cheiro
incomode
Só porcos chafurdando
na lama
Não há quem valorize
conteúdo
nem compromisso real
com a ética
Só com o que aparece
e a estética
Quem há de salvar-nos
do caos
quem há de falar
contra o mal?
Só convenientes covardes
calados contando sua parte
Dezembro 1995
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