Essa barba que eu não pinto


Por Jânsen Leiros Jr.
O tempo passou e eu não vi
O tempo se foi e de mim levou
voando pelo vento em si
tudo que pensava ter e não

O vento soprou e carregou 

por frestas e janelas
as roupas que vesti
Aquelas que pensei queimar

No tempo o vento dormiu

No vento o tempo voou
e abrindo os olhos nada vejo
do que havia e já não é

Não me faço arrependido

vivi o que vivido está
As lições chegaram e partiram
e farão parte das memórias

Não há livros que me fechem

não há registros que me lembrem
Sou o homem que forjei ao malho
por mim e por outros e por fim

Os cabelos que me restam

Poucos deles que teimaram
Essa barba que eu não pinto
Pinta e borda com o tempo

Sopra o vento já cansado

Passa o tempo acanhado
Mesmo juntos não venceram
ainda assim sobreviveram

Não há vento não há brisa reconheço

Não há tempo que se cale ao recomeço
Contam anos dias enganos
Conta tudo fala nada nem que eu peça


Outubro 2014

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