Exercício 004 - Julgando a si sem dó




37 Não julgueis, e não sereis julgados; não condeneis, e não sereis condenados; perdoai, e sereis perdoados. 38 Dai, e ser-vos-á dado; boa medida, recalcada, sacudida e transbordando vos deitarão no regaço; porque com a mesma medida com que medis, vos medirão a vós.  

39 E propôs-lhes também uma parábola: Pode porventura um cego guiar outro cego? não cairão ambos no barranco? 40 Não é o discípulo mais do que o seu mestre; mas todo o que for bem instruído será como o seu mestre. 41 Por que vês o argueiro no olho de teu irmão, e não reparas na trave que está no teu próprio olho? 42 Ou como podes dizer a teu irmão: Irmão, deixa-me tirar o argueiro que está no teu olho, não vendo tu mesmo a trave que está no teu? Hipócrita! tira primeiro a trave do teu olho; e então verás bem para tirar o argueiro que está no olho de teu irmão."
Lucas 6:37-42 - JFA

Falar da vida alheia parece ser uma espécie de preferência nacional, assim como é muito comum ver pessoas falando abertamente daquilo que não têm qualquer conhecimento, sem nenhum constrangimento ou incômodo. Falam com propriedade tal, que um desavisado é capaz de dar crédito ao que ouve sem pestanejar.

O que nos causa ainda maior tristeza, porém, é que um comportamento inconveniente aos cristãos, é largamente praticado nos milhares de lares e igrejas evangélicas mundo afora. E pior! Não basta falar. Tem que julgar, condenar, e praticamente considerar sem perdão, qualquer que seja o alvo da maledicência.

Pense agora o contrário. A pessoa que julgou, condenou e negou o perdão, tornando-se alvo do juízo de outros. Certamente sonhará com uma benevolência que não foi capaz de ter, quando se colocou a si mesma no papel de acusador, júri, juiz e carcereiro. Desejará uma medida mais branda, uma régua mais maleável, ainda que tenha sido inclemente quando lançou seu acusado numa prisão perpétua imaginária, porém cruel.

É preciso ser misericordioso e ter o coração repleto de bondade. Não para ser condescendente com o pecado, mas para ser acolhedor ao pecador. Porque podemos não concordar com atitudes e circunstâncias, mas devemos amar o presumível ofensor.

Há, porém, mais do que simples maledicência por detrás da avidez com que se aponta o erro alheio; a necessidade de esconder suas próprias fraquezas e mazelas. Porque quando se chama atenção para o cisco no olho de alguém, tenta-se esconder uma trave muito maior que está tapando toda a visão de quem aponta.

Hipócrita! Diz Jesus com indisfarçável indignação. É o cego pretendendo guiar outro cego. No fim, nem um nem o outro poderia pretender conduzir quem quer que fosse, colocando-se na condição orientador e guia. Ambos cairão no barrando.


Refletindo o Exercício

Temos resistido ao impulso de julgar e condenar o próximo? Ou não se repete em nós, com freqüência relevante, a atitude de apontar o erro alheio, na intenção de encobrir os meus próprios erros?
Que Deus nos instrua a retirar as traves que nos cegam, para seguirmos acolhendo com compaixão aqueles que precisam de encorajamento e orientação.

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