Exercício 019 - Se eu falho "a culpa é sua"


Por Jânsen Leiros Jr


37 No dia seguinte, quando desceram do monte, veio-lhe ao encontro uma grande multidão. 38 E eis que um homem dentre a multidão clamou, dizendo: Mestre, peço-te que olhes para meu filho, porque é o único que tenho; 39 pois um espírito se apodera dele, fazendo-o gritar subitamente, convulsiona-o até escumar e, mesmo depois de o ter quebrantado, dificilmente o larga. 40 E roguei aos teus discípulos que o expulsassem, mas não puderam. 41 Respondeu Jesus: Ó geração incrédula e perversa! até quando estarei convosco e vos sofrerei? Traze-me cá o teu filho. 42 Ainda quando ele vinha chegando, o demônio o derribou e o convulsionou; mas Jesus repreendeu o espírito imundo, curou o menino e o entregou a seu pai.  

43 E todos se maravilhavam da majestade de Deus. E admirando-se todos de tudo o que Jesus fazia, disse ele a seus discípulos: 44 Ponde vós estas palavras em vossos ouvidos; pois o Filho do homem está para ser entregue nas mãos dos homens. 45 Eles, porém, não entendiam essa palavra, cujo sentido lhes era encoberto para que não o compreendessem; e temiam interrogá-lo a esse respeito.  

46 E suscitou-se entre eles uma discussão sobre qual deles seria o maior. 47 Mas Jesus, percebendo o pensamento de seus corações, tomou uma criança, pô-la junto de si, 48 e disse-lhes: Qualquer que receber esta criança em meu nome, a mim me recebe; e qualquer que me receber a mim, recebe aquele que me enviou; pois aquele que entre vós todos é o menor, esse é grande.  

49 Disse-lhe João: Mestre, vimos um homem que em teu nome expulsava demônios; e lho proibimos, porque não segue conosco. 50 Respondeu-lhe Jesus: Não lho proibais; porque quem não é contra vós é por vós."
Lucas 9:37-50 - JFA

Retornando do monte onde se dera a transfiguração, uma numerosa multidão já aguardava por Jesus. Os discípulos provavelmente silentes sobre o que se havia passado lá no alto, talvez olhassem para a multidão e pensassem; se vocês soubessem o que aconteceu lá em cima... Não houve, contudo, tempo para absolutamente qualquer conversa entre eles.

Um homem entre tantos roga a Jesus que olhe seu filho, porque é único; o seu unigênito. A exemplo do filho da viúva em Naim e da filha de Jairo, ser o filho único prefigurava o resgate que Deus faria de seu único filho; o que já havia predito em Lucas 9:22. Aquele pai está desesperado, principalmente porque aqueles que anteriormente haviam recebido autoridade para expulsar demônios, e haviam saído pelas cidades da Judéia a realizar tal tarefa com algum sucesso, não haviam conseguido expulsar o demônio daquele menino.

Ó geração incrédula e perversa! Jesus se indigna com o fracasso dos discípulos naquela tarefa, afirmando que tal acontecera por terem uma fé pequena, menor do que um grão de mostarda. Se a tivessem ao menos desse tamanho, nada vos será impossível[1]. Até quando estarei convosco e vos sofrerei? Sua partida estava próxima. Ele não estaria mais entre eles, para realizar as curas e os milagres que dele esperavam receber. A quem entregaria a tarefa de cuidar daqueles que dele dependiam?

Então uma disputa impregnada de vaidade surgiu entre os discípulos, Quem seria o maior deles? Quem seria o braço direito de Jesus em seu reino? Aquele que em suas eventuais ausências comandaria e cuidaria do reino que seria implementado pelo Mestre? A discussão deixa claro que os discípulos até aquele momento, não obstante a confissão feita há pouco por Pedro, nada haviam entendido sobre o Cristo e sua missão. Porque no reino de Jesus, o menor é efetivamente o maior, e o principal exatamente o que serve.

Mudando de assunto, talvez procurando evitar o constrangimento passado pelos discípulos, desde o fracasso com o filho único endemoninhado, até a briga vaidosa para saberem quem seria o maioral entre eles, João atravessou com a proibição dada a um Jesus, já que esse não anda sempre conosco. Talvez ele entendesse que isso seria louvado por Jesus e amenizaria as broncas que haviam levado até então. Mas Jesus novamente os surpreende; quem não é contra nós é por nós. O homem não incomodava, senão a vaidade que sempre precisa criar sectarismos e outras tribos. 


Refletindo o Exercício

A falta de fé nos faz fracassar em tarefas simples na vida. Por vezes isso se dá por estarmos envolvidos em questões totalmente sem importância, como saber quem é o maior. Nesse momento voltamos um olhar crítico aos outros, apontando o dedo para "ali", quando na verdade o problema sempre esteve "aqui".



[1]  Mateus 17:20

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