Pilares para um labor teológico



Todo e qualquer empreendimento humano se sustenta em pressupostos ou intenções que norteiam tal empenho. No desenvolvimento desse projeto, o método é sempre um orientador importante, estabelecendo as bases sobre as quais se definirá o modelo e a estruturação do intento.

No caso do estudo teológico, alguns aspectos devem servir de pilares para que o estudo não se perca de seu objetivo primeiro, nem acabe por desviar-se se princípios elementares no labor teológico.

Assim, destacamos cinco pilares que entendemos exigíveis:

1.  Pertinência

Ainda que a teologia se origine no tema e se desenvolva em direção ao texto bíblico que o sustenta, a análise desse mesmo texto e sua aplicabilidade na sustentação do pressuposto, não só não pode ser influenciada pelo objeto tese original, como também não pode ser sugestionada por qualquer outra conceituação filosófica, que desloque sua interpretação ou propósito central, adequando-o a ideologias outras.


“O texto bíblico não pode ser usado como pretexto, ou ser forjado para atender a qualquer argumentação, por mais nobre que esta possa parecer.”
JLjr


2.  Contexto histórico

A tradição teológica pode ser considerada na análise de qualquer tema. Mas não deve ser considerada absoluta, ainda que a pretexto de uma apologética clássica e conservadora. Porém, a observação da interpretação teológica contextualizada em diferentes momentos da história, pode delinear conceitos de viés transcendente de percepções confiáveis.


“As interpretações históricas auxiliam o labor teológico apontando possibilidades, quer seja para uma reiteração contemporânea, quer para uma confrontação dialética ou dualista.”
JLjr


3.  Atualidade

Seja qual for a concepção teológica, suas verdades precisam ter aplicação e relevância contemporâneas. Suas afirmações precisam dialogar com as vertentes existenciais de sua época, sendo capazes de promover reflexão e fortalecimento da fé.


“A teologia precisa ser relevante e pertinente em seu lugar histórico, influenciando positivamente seus contemporâneos.”
JLjr


4.  Amplitude e profundidade

A superficialidade teológica é inaceitável na sua exposição, tanto quanto um raciocínio simplório no labor do teólogo. Uma vez iniciada a investigação, o teólogo só pode dar-se por satisfeito, quando todas as perguntas estiverem coerentemente respondidas, por argumentos aceitáveis ou não contraditórios. Ainda que o enunciado da afirmação teológica resuma bem o conteúdo comunicado, a sustentação precisa estar preparada para um aprofundamento eventualmente proposto.


“Mesmo uma síntese teológica bem apresentada, precisa sustentar-se num labor profundo, sistemático e exaustivo.”
JLjr


5.  Coragem

A timidez não combina com a comunicação teológica. Menos ainda o medo do julgamento alheio ou da crítica de quem quer que seja. Todo o labor teológico tem em seu estímulo mais básico, um impulso profético. Assim, não é aceitável que o resultado desse esforço seja escondido pelo receio da impopularidade. Qualquer posicionamento firmado ensejará confrontação divergente.


“Toda tese corajosamente defendida, provocará, inexoravelmente, uma antítese veemente.”
JLjr


Estes assim chamados pilares, deverão permear todo o exercício teológico que faremos doravante. E a eles sempre retornaremos, sempre que nossas próprias convicções necessitarem de validação quanto aos seus requerimentos.

2 comentários:

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