quarta-feira, 16 de setembro de 2015

Saulo, Saulo... Por que resistir ao Espírito?



Por Jânsen Leiros Jr.


12 Indo com este encargo a Damasco, munido de poder e comissão dos principais sacerdotes, 13 ao meio-dia, ó rei vi no caminho uma luz do céu, que excedia o esplendor do sol, resplandecendo em torno de mim e dos que iam comigo. 14 E, caindo nós todos por terra, ouvi uma voz que me dizia em língua hebráica: Saulo, Saulo, por que me persegues? Dura coisa te é recalcitrar contra os aguilhões. 15 Disse eu: Quem és, Senhor? Respondeu o Senhor: Eu sou Jesus, a quem tu persegues; 16 mas levanta-te e põe-te em pé; pois para isto te apareci, para te fazer ministro e testemunha tanto das coisas em que me tens visto como daquelas em que te hei de aparecer; 17 livrando-te deste povo e dos gentios, aos quais te envio, 18 para lhes abrir os olhos a fim de que se convertam das trevas à luz, e do poder de Satanás a Deus, para que recebam remissão de pecados e herança entre aqueles que são santificados pela fé em mim."
Atos 26:12-18 - JFA

No texto que lemos acima, Paulo está diante do rei Agripa, contando sobre sua vida como fariseu, e relatando sua conversão ao Caminho, como o próprio autor de atos chama o movimento mais tarde nomeado cristianismo. Mas a despeito do que geralmente observo em termos de análise do texto bíblico, o contexto aqui pouco importa, pois o cenário principal não está no instante que se desenrola tal relato, mas no instante onde se passa o fato relatado. Este sim nos interessa em especial.

Saulo, como era conhecido anteriormente, por zelo e sincero sentimento de dever e devoção, havia solicitado autorização dos líderes religiosos de Jerusalém, para sair por diversas regiões buscando e prendendo para julgamento, todos os que professassem fazer parte do Caminho. Em Jerusalém ele já havia participado do martírio de Estevão, o que pareceu ter-lhe estimulado a um empreendimento mais contundente e eficaz, na tentativa de neutralizar o que acreditava ser uma nova heresia.

Saulo, Saulo... A própria narrativa de Paulo sobre o ocorrido, demonstra da parte de Jesus, ma atitude de compaixão por seu equívoco, que se demonstrava incoerente com seu zelo e sinceridade de coração. Dura coisa te é recalcitrar contra os aguilhões, definitivamente demonstra que em seu íntimo, Paulo de certa forma vinha sendo persuadido pelo Espírito quanto a verdade sobre o Cristo. Ele lutava e relutava em não aceitar aquilo que, de certa forma, vinha crescendo em seu coração como verdade incontestável; Jesus era mesmo o Cristo, o Filho do Deus vivo.

Isso é tão claro em Paulo e na narrativa de sua conversão, que muito pouco tempo depois, ele já estava pregando nas sinagogas, defendendo a fé a que acabara de aderir. Tal fato dá a entender ainda mais contundentemente, que muito do que ele então passou a acreditar, vinha se consolidando em seu coração e mente, pois o seu conhecimento da lei e das tradições judaicas, no fundo se constituíram como fundamento para sua fé em Jesus.

Ora, quanta gente conhecemos em nossos dias, que recalcitram contra os aguilhões que a vida lhes impõe? Que fingem não entenderem o chamado de Deus nas diversas circunstâncias por quais passam em seus cotidianos? Não cruzamos por vezes infinitas, por amigos queridos que insistem em fugir do cuidado e da bondade de Deus, se obrigando a uma rebeldia aparente e insustentável? Deveriam ser gratos pela providência, mas preferem levantar a voz para se queixarem de tudo o que, no fundo, lhes causa inquietação e estranhamento, pela familiaridade dos acontecimentos.

Dura coisa lhes é recalcitrar contra os aguilhões... Dura e desnecessária, porque poderiam já estar provando de tudo o que Deus reservou de vida edificante e plena, aos que a Ele se rendem por meio da fé em Cristo. Mas não obstante o convencimento que lhes faz o Espírito, trocam a benção por alguns pratos de lentilha. Pratos e iguarias que não lhe podem mitigar a fome e a sede de justiça que arrastam por tempos imemoriáveis, em seus corações sombrios e enganados.


Saulo, Saulo... Por que resistir ao Espírito? Que a exemplo de Paulo, nossos corações se rendam ao convencimento da Palavra, e que a verdade do evangelho nos inspire a uma vida de devoção e gratidão a Deus, por sua graça e salvação.

Um comentário:

Detesto falar sozinho. Dê sua opinião. Puxe uma cadeira, fale o que pensa e vamos conversar...

Powered By Blogger