quinta-feira, 19 de fevereiro de 2015

A arte da obra em nós



“Estou plenamente certo de que aquele que começou boa obra em vós há de completá-la até ao Dia de Cristo Jesus.”
                      Filipenses 1:6 – RA

De todas as expressões da criatividade humana e sua capacidade de realização, a mais contundente e propícia ao encanto e admiração é a arte. Desde a escrita, passando pela música, teatro e as artes plásticas, todas nascem da concepção do artista, que antevê seu objeto acabado, e o forma passo a passo para ser aquilo que concebeu, passeando pelo prazer da produção e se satisfazendo tanto com a preparação quanto com o resultado final.

Sim, o artista tem prazer na elaboração e execução de sua arte. E não pode ser diferente, pois sem prazer e satisfação não se sustenta a inspiração que o leva à produção. Ele enxerga sempre além do que os demais e se delicia em sua visão extra do que pode se transformar uma ou muitas simples folhas de papel em branco, uma tela vazia, um monte de argila, um tronco de árvore, restos de pau e pedras, ou mesmo ferros retorcidos, que a ninguém mais interessaria, senão para ser jogado fora ou se muito, vendido ao ferro-velho.

O prazer do artista se revela em seu entusiasmo. Entusiasmar-se significa estar imerso em Deus, inspirado, tomado de sua capacidade realizadora. Uma obra de arte não se executa e jamais se completa admirável e encantadora sem entusiasmo. Os museus do mundo inteiro desfilam inúmeras obras que, por eras e sobrevivendo às diferentes tendências da forma e conteúdo, causam as mais variadas reações em seus admiradores, como se tivessem acabado de ficar prontas. O entusiasmo criativo é transcendente.

Bem entendida em suas fases desde a conversão, a vida cristã se assemelha em muito a produção de uma obra de arte. Chegamos ao Reino como um material bruto, sem forma, envolto no caos de nossas existências. Aos poucos, no cotidiano de nosso relacionamento com Deus, o seu Espírito vai-nos moldando e dando a forma e a aparência que de antemão pretendeu que tivéssemos; a imagem de seu Filho.


“Porquanto aos que de antemão conheceu, também os predestinou para serem conformes à imagem de seu Filho, a fim de que ele seja o primogênito entre muitos irmãos.”
                      Romanos 8:29 - RA

Essa imagem de Cristo em nós é moldada por Deus dia-a-dia. Seja o material de que origem ou qualidade for. Porque a qualidade da obra está exatamente na criação do improvável, do inesperado. O artista vê o que não vemos e realiza o que sequer imaginávamos. Quantas vezes olhamos para trás na história de nossa caminhada cristã, e percebemos o quanto já mudamos em nossas atitudes e predileções, trocando até mesmo nossas reações e impulsos mais instintivos, por outros renovados em suas naturezas.


“Assim que, se alguém está em Cristo, nova criatura é: as coisas velhas já passaram; eis que tudo se fez novo.”
                      2 Coríntios 5:17 - RA


 “10 a fim de viverdes de modo digno do Senhor, para o seu inteiro agrado, frutificando em toda boa obra e crescendo no pleno conhecimento de Deus; 11 sendo fortalecidos com todo o poder, segundo a força da sua glória, em toda a perseverança e longanimidade; com alegria, 12 dando graças ao Pai, que vos fez idôneos à parte que vos cabe da herança dos santos na luz.”
                      Colossenses 1:10-12 - RA

Portanto somos obra de Deus. Feitura sua. Somos chamados vasos porque feitos artesanalmente como o oleiro fazia seus vasos. Temos propositada utilidade, e cada vaso Seu atende a um propósito. A beleza da obra está no quanto ela atende do propósito para o qual foi criada. Nós fomos chamados para caminharmos em novidade de vida, em uma ética renovada porque refeita por Deus em nossa natureza, e renovadora porque capaz de inspirar e contagiar o mundo.

Assim, deixemos que o Espírito do Senhor realize em nós a obra transformadora a que se pretendeu. Sejamos vasos úteis e crescentemente capacitados para cumprir o propósito de nossa salvação. A Deus toda a Glória.

Bom treino a todos!

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