Por Jânsen
Leiros Jr.
Revisado e ampliado em 08/04/2024
O
ser humano é naturalmente conquistador, um desbravador por excelência. Diante
de uma barreira, sempre nos sentimos desafiados a superá-la. Somos
inconformados com limites, e foi assim que a humanidade caminhou por toda a sua
existência. À medida que as barreiras iam se apresentando, elas eram superadas
ou, no mínimo, contornadas. No curso da história, cruzamos rios, vencemos
desertos, atravessamos oceanos, contornamos montanhas e nos lançamos ao espaço.
Será a última fronteira?
A
conduta desbravadora da humanidade é como um trem que avança constantemente,
num balanço alternado entre o conforto e o solavanco, conforme as
circunstâncias dos trilhos. Sempre a caminho do além daqui. Essa característica
da busca por superação influenciou diversos aspectos da vida humana, como na
ciência, na tecnologia, nas artes e até mesmo nas relações interpessoais.
Se
esta compulsão por superação é um traço comum do ser humano em sua
coletividade, individualmente, contudo, nem sempre esse impulso se realiza de
modo a nos empurrar adiante do lugar em que nos encontramos. E os fatores que
se unem na construção das barreiras que nos impomos individualmente são muitos.
Medo do fracasso
O medo de não atingir os objetivos ou
de enfrentar rejeição pode nos impedir de tentar novas experiências ou buscar
nossos sonhos. Uma pessoa que sonha em iniciar seu próprio negócio, por
exemplo, pode sentir medo de falhar e ser rejeitada pelos outros.
Autocrítica
excessiva
A
tendência de sermos muito autocríticos pode nos levar a duvidar de nossas
próprias habilidades e capacidades, minando nossa confiança para agir e avançar
em direção aos nossos objetivos. Um estudante universitário que constantemente
se critica por não alcançar notas perfeitas pode acabar minando sua própria
confiança e motivação, comprometendo efetivamente seus resultados.
Zona de conforto
O
hábito de permanecer dentro de nossa zona de conforto, evitando desafios ou
situações desconhecidas, pode nos manter estagnados e impedir nosso crescimento
pessoal e profissional. Uma pessoa que se acomoda em um emprego que não a
desafia mais pode ficar estagnada em sua carreira, além de desenvolver apatia
estagnante.
Crenças limitantes
Crenças
negativas sobre nós mesmos, sobre o mundo ou sobre o que é possível alcançar
podem criar barreiras psicológicas que nos impedem de explorar nosso potencial
máximo. Uma pessoa que acredita que não é inteligente o suficiente para
aprender um novo idioma, por exemplo, pode se auto sabotar e evitar tentar
aprender.
Falta de planejamento
ou visão clara
A
ausência de metas claras ou um plano de ação definido pode nos deixar sem
direção e sem saber por onde começar, dificultando nosso progresso. Isso
normalmente acontece com indivíduos que vivem no que podemos chamar de piloto
automático, vivendo sua rotina no embalo dos acontecimentos e premências, sem
se dar conta de que o tempo passa, e seus sonhos vão se desfazendo pelo
caminho.
Incapacidade de lidar
com o fracasso
A
falta de resiliência e a incapacidade de aprender com os fracassos podem também
nos paralisar e nos impedir de tentar novamente após enfrentar obstáculos. Um
empreendedor que enfrenta um grande revés financeiro pode se sentir
desencorajado e tentado a desistir de seu negócio, concluindo precipitadamente
que não tem as condições técnicas ou os recursos ideais para o empreendimento.
Insegurança e baixa
autoestima
Sentimentos
de inadequação e baixa autoestima podem nos fazer duvidar de nosso próprio
valor e nos impedir de buscar oportunidades de crescimento e desenvolvimento,
quer sejam profissionais, quer pessoais. Uma pessoa que possui insegurança e
baixa autoestima pode evitar oportunidades de promoção no trabalho devido ao
medo de não ser capaz de lidar com as novas responsabilidades ou de não ser
valorizada pela equipe. Isso pode resultar em estagnação profissional e
insatisfação pessoal, com desdobramentos para diversos aspectos da vida.
Padrões sociais e
expectativas externas
Pressões
sociais e expectativas externas podem nos levar a seguir um caminho que não é
autêntico para nós, limitando nosso potencial e nos impedindo de buscar nossos
próprios interesses e paixões. Um jovem que se sente pressionado a seguir uma
carreira tradicionalmente valorizada por sua família, como medicina ou direito,
pode sentir-se preso a expectativas externas e não seguir seus próprios
interesses e paixões. Isso pode levar a uma vida profissional insatisfatória e
falta de realização pessoal, gerando grande e sufocante frustração.
A
maioria das pessoas que conheço, que se mantêm adormecidas em suas pretensões,
desistiram de seus sonhos e abriram mão de realizarem-se em diversos segmentos
da vida, acomodando-se por conforto ou medo. Impuseram-se razoável dose de
frustração e vivem amargas diante das realidades que experimentam, empalidecidas
em atitudes e empenhos cotidianos. Independentemente de suas condições sociais
ou financeiras, foram vencidas por limites erguidos contra si mesmas, reais ou
imaginários, que as impediram de se manter caminhando na direção de um alvo
qualquer.
Diante
de tal realidade, é impossível não se sentir sinceramente comprometido com a
necessidade urgente de trazer a estas pessoas um caminho que lhes apresente,
ainda que no horizonte, a oportunidade de romper os grilhões de tudo aquilo que
as aprisiona. De superar seus limites e de terem a oportunidade de explodir as
barreiras que as detêm na direção de uma jornada realizadora e edificante.
Para
um desafio dessa relevância precisamos, sobretudo, escolher as ferramentas
ideias para a empreitada. Devemos realizar a escolha que poderá definir entre a
enganosa sensação do “eu consegui por mim mesmo”, ou a libertadora realidade
“recebi e vou cuidar”. Vamos às opções?
Continua semana que vem
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