sexta-feira, 3 de outubro de 2014

* A verdade nos liberta?



“E conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará.”
João 8:32

Resposta a um questionamento sobre a verdade

Antes de qualquer coisa, quero dizer da minha grande satisfação em poder repartir com você, aquilo que Deus tem me proporcionado conhe­cer de si mesmo, revelado em seu evangelho. Reconheço seu esforço em conhecer a verdade, e peço a Deus que contemple a sinceridade do seu coração, e lhe dê entendimento e conhecimento da verdade que liberta.

Sua ansiedade, contudo, pode ser causa de grande confusão, tanto em sua mente quanto em seu cora­ção, pois pela sofreguidão de sua busca, tudo se torna objeto de avali­ação quase que simultaneamente, fazendo com que em poucos segun­dos, você dispare internamente diver­sos questionamentos que vão se su­cedendo e ficando invariavelmente sem resposta.

Um bom princípio metodológico para uma resposta dos porquês, é ter foco. O foco é o primeiro passo para a caminhada rumo ao conhecimento em qualquer campo de atividade, assim como de­finir o destino é a primeira tarefa de qualquer viajante. Não é diferente no campo do saber, e principalmente no campo do saber filosófico e teológico. A pesquisa precisa ser encaminhada com vistas a um determinado obje­tivo, e este objetivo precisa ser um farol sempre aceso para nossa ori­entação, quer estejamos na calmaria dos ventos das possibilidades, quer estejamos em meio a fortes tor­mentas causadas pelas constantes quebras de paradigmas, em meio ao crescimento no conhecimento daquilo que desejamos saber.

Sim, quebra de paradigmas, porque é o que mais constantemente se faz ao longo de uma jornada dessas. A cada passo que avançamos, embora nos alegremos com as conquistas do aprendizado, paradoxalmente perce­bemos admirados, que diminuímos diante daquilo que aprendemos. Portanto, uma vez que lançamos o barco ao mar, soltemos as amarras dos conceitos preconcebidos, e dei­xemos Deus falar abertamente aos nossos corações errantes e sedentos de saber.

Para que A Verdade seja buscada, conhecida e mais precisamente vivida, é preciso que nossas verdades sejam deixadas de lado, abandonadas ou mesmo vencidas. Como verdades pessoais, podemos traduzir nossos conceitos e preconceitos, que se baseiam muito mais em experiências próprias ou emprestadas, que se forjaram em realidades e circunstâncias adversas do nosso aqui e agora. Por isso a resistência à Verdade é real e inevitável, pois o conflito entre realidade experimentada e a pressuposta causa-nos insegurança e inquietação.

Quando Jesus se declara o caminho, a verdade e a vida, ele encurta essa busca ansiosa e sofrida do ser humano, oferecendo-se como solução para nossas dúvidas e incertezas, se fazendo como a âncora que um ser humano pode ter. Deus manifestado em carne e osso. A máxima expressão do seu amor.

Assim, se a nossa intenção é conhecer a verdade que liberta, devemos começar pelo reconhecimento do amor de Deus manifestado em Cristo. Não apenas pelo convencimento disso, mas também, e sobretudo, por uma conversão que nos arranque de nossa inércia teórica, e nos arrebata para os prazeres concretos desse sonhado conhecimento abstrato; a experiência do relacionamento pessoal com Deus.

Por isso a verdade filosófica, fim da busca pelo conhecimento, ainda que alcançada, não passaria de futilidade acadêmica ou satisfação intelectual frívola e passageira, porque especulada sobre e não a Deus; recompensa à vaidade. Já a verdade empírica e motivadora, transforma a existência humana, se fazendo absoluta não por conceito imposto, mas por adequação individualizada e pertinente em cada coração pungente; a verdade irresistível.

Que o Deus que se fez verdade viva e realizadora em nós, lhe transforme a ansiedade em serenidade, e lhe dê descanso pela confiança e esperança n’Ele.

Um forte abraço...

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