terça-feira, 13 de janeiro de 2015

=> Desculpe. Foi engano... Não, não foi!


         

1 Quisera eu me suportásseis um pouco mais na minha loucura. Suportai-me, pois. 2 Porque zelo por vós com zelo de Deus; visto que vos tenho preparado para vos apresentar como virgem pura a um só esposo, que é Cristo. 3 Mas receio que, assim como a serpente enganou a Eva com a sua astúcia, assim também seja corrompida a vossa mente e se aparte da simplicidade e pureza devidas a Cristo.”
                      2 Coríntios 11:3 – RA


14 para que não mais sejamos como meninos, agitados de um lado para outro e levados ao redor por todo vento de doutrina, pela artimanha dos homens, pela astúcia com que induzem ao erro. 15 Mas, seguindo a verdade em amor, cresçamos em tudo naquele que é a cabeça, Cristo.”
                      Efésios 4:14 - RA

Ainda falando em pecado, por mais impopular que o assunto possa ser, é importante ressaltar seu caráter sutil e sedutor. Sim, porque ninguém imagine que ele avance sobre nós declaradamente perverso, ou flagrantemente mau, assustando mais do que envolvendo. Se assim fosse, não só seria mais fácil resistir a ele, como seria simples identificá-lo e bani-lo de nossos impulsos, evitá-lo em nossas atitudes e reações, ou mesmo matá-lo por completo em nossas vidas.

Do grego hamartía, pecado numa tradução simples significa errar o alvo ou enganar-se. Isso determina o caráter ilusório e sedutor do erro; o engano. E para que eu seja enganado, é preciso haver uma artimanha de quem me engana, ainda que eu mesmo me engane, iludindo-me propositalmente, para enxergar apenas aquilo que me convém ou me satisfaz, aplacando-me a consciência para que eu realize, ou experimente o que bem entenda ou pretenda, sem culpa antecipada ou impeditiva.


13 Ninguém, ao ser tentado, diga: Sou tentado por Deus; porque Deus não pode ser tentado pelo mal e ele mesmo a ninguém tenta. 14 Ao contrário, cada um é tentado pela sua própria cobiça, quando esta o atrai e seduz. 15 Então, a cobiça, depois de haver concebido, dá à luz o pecado; e o pecado, uma vez consumado, gera a morte.”
                      Tiago 1:13-15 - RA


13 Enganoso é o coração, mais do que todas as coisas, e desesperadamente corrupto; quem o conhecerá?”
                      Jeremias 17:9 - RA

Sendo assim, pecado está ligado ao que é mau, e de modo algum pode ser considerado um engano acidental ou equivoco sem intenção. Esses não teriam sua origem na intenção do erro, mas no ato involuntário e por involuntário, inimputáveis. Porém o pecado nasce da vontade deliberada, ainda que camuflada por desculpas bem elaboradas e racionalmente sustentadas. O Senhor sonda os corações.

Ora, o sentido de engano e de erro do alvo, amplia em muito o conceito do que é pecado, pois se o conceito universal acostumou-se a entender como pecado apenas aquilo que infringe os conhecidos dez mandamentos listados na lei judaica, o conceito etimológico implícito na palavra grega, determina que pecado é tudo o que não acerta o alvo, ou tudo em que há engano.

Dito isso, fica claro que, quando se vive um evangelho diferente daquele pregado pelos apóstolos de Jesus, recheado de hedonismos e conveniências frívolas, peca-se. Ao viver esses evangelhos camuflados de superficialidade piedosa, peca-se. Ao atender muito mais a vontade pessoal e a satisfação própria, do que o desejo de Deus de que sejamos santos, vivendo para o que é reto e justo, peca-se.  Se não se vive fazendo o bem, dedicando-se a toda boa obra, peca-se. Aquele que sabe fazer o bem e não o faz, peca.

Onde pois a artimanha? Talvez me perguntassem. E eu responderia: em acreditar exatamente no que nos é conveniente. Naquilo que aplaca a consciência, manipula a culpa, e deixa livre para viver tudo o que sempre se viveu, desde que se entremeiem os dias com palavras de ordem, frivolidades piedosas e afirmações vazias. Essas sempre incapazes de levar alguém ao arrependimento, ou ao conhecimento de Deus e de seu Filho. Sim, pois tais evangelhos recompensam uma espiritualidade rasa, a dedicação aparente, e uma religiosidade de fachada, jamais construindo individualmente cristãos fortalecidos pela Palavra, e sustentados em santidade pela ação de seu Espírito.

Precisamos estar sempre atentos às armadilhas do coração. A meditação na Palavra e a oração são os caminhos para a santidade e o conhecimento de Deus. Nessa estrada sempre sofremos ataques, pois todo treino requer confronto. Se não por um oponente, por nossos próprios limites. E isso nos faz crescer. Sujeitai-vos, portanto, a Deus; mas resisti ao diabo, e ele fugirá de vós. Chegai-vos a Deus, e ele se chegará a vós outros. Purificai as mãos, pecadores; e vós que sois de ânimo dobre (intenção falsa, fingidos ou hipócritas), limpai o coração. (Tiago 4:7 e 8).

Que o Senhor nos capacite por seu Espírito, a discernir nossas intenções e motivações, para não nos enganarmos a nós mesmos, e não errarmos o alvo de seu propósito em nós.

Bom treino!
Atualizado em Abril de 2020

Um comentário:

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