sexta-feira, 9 de janeiro de 2015

=> Ninguém é forte sozinho





14 Sabemos que a lei é divina; mas eu sou humano e fraco e fui vendido ao pecado para ser seu escravo. 15 Eu não entendo o que faço, pois não faço o que gostaria de fazer. Pelo contrário, faço justamente aquilo que odeio. 16 Se faço o que não quero, isso prova que reconheço que a lei diz o que é certo. 17 E isso mostra que, de fato, já não sou eu quem faz isso, mas o pecado que vive em mim é que faz. 18 Pois eu sei que aquilo que é bom não vive em mim, isto é, na minha natureza humana. Porque, mesmo tendo dentro de mim a vontade de fazer o bem, eu não consigo fazê-lo. 19 Pois não faço o bem que quero, mas justamente o mal que não quero fazer é que eu faço. 20 Mas, se faço o que não quero, já não sou eu quem faz isso, mas o pecado que vive em mim é que faz.
21 Assim eu sei que o que acontece comigo é isto: quando quero fazer o que é bom, só consigo fazer o que é mau. 22 Dentro de mim eu sei que gosto da lei de Deus. 23 Mas vejo uma lei diferente agindo naquilo que faço, uma lei que luta contra aquela que a minha mente aprova. Ela me torna prisioneiro da lei do pecado que age no meu corpo. 24 Como sou infeliz! Quem me livrará deste corpo que me leva para a morte? 25 Que Deus seja louvado, pois ele fará isso por meio do nosso Senhor Jesus Cristo!
Portanto, esta é a minha situação: no meu pensamento eu sirvo à lei de Deus, mas na prática sirvo à lei do pecado.”
                      Romanos 7:14-25 - NTLH


Reconhecer as próprias fraquezas e se entender incapaz de ser exatamente aquilo que se projeta de si mesmo, é um dos mais árduos e difíceis exercícios da alma. E isso não é novo.

Desde os primórdios da humanidade, narra a Bíblia, o ser humano teve dificuldade de dominar os próprios instintos e impulsos naturais que lhe acometem diariamente, nas mais variadas circunstâncias. Impulsos esses que nascem de diversas combinações de sensações e oportunidades, como narrado no primeiro assassinato da história bíblica.


“Agradou-se o Senhor de Abel e de sua oferta; 5ao passo que de Caim e de sua oferta não se agradou. Irou-se, pois, sobremaneira, Caim, e descaiu-lhe o semblante. Então, lhe disse o Senhor: Por que andas irado, e por que descaiu o teu semblante? Se procederes bem, não é certo que serás aceito? Se, todavia, procederes mal, eis que o pecado jaz à porta; o seu desejo será contra ti, mas a ti cumpre dominá-lo”
                      Gênesis 4:4b-7 - RA


Como sabemos Caim não resistiu ao impulso de eliminar seu irmão, e tomado por profunda inveja e mágoa o matou impiedosamente. Mas notem que Deus antes lhe estimula a fazer o que seria correto, dando conforto e alternativa para não sucumbir ao impulso; “Se procederes bem, não é certo que serás aceito?”. Caim poderia ter recuperado sua condição, e feito o que Deus lhe havia sugerido. Mas certamente considerou ser mais proveitoso saciar sua sede de vingança por ter sido preterido. Sua inclinação para o mal, portanto, o impediu de fazer o bem.

Alguém poderia então levantar contradição, argumentando que essa condição natural de inclinação para o que é mal nos torna inimputáveis, quando de uma atitude errada, ou dando nome aos bois, quando do pecado. Isso, porém, não procede. No mesmo texto acima, Deus lança a responsabilidade nas mãos de Caim; “Se, todavia, procederes mal, eis que o pecado jaz à porta; o seu desejo será contra ti, mas a ti cumpre dominá-lo.”. Em outro texto, Paulo também nos apresenta tal responsabilidade afirmando que não somos tentados além de nossas forças, tendo sempre como escapar.


“Aquele, pois, que pensa estar em pé veja que não caia. Não vos sobreveio tentação que não fosse humana; mas Deus é fiel e não permitirá que sejais tentados além das vossas forças; pelo contrário, juntamente com a tentação, vos proverá livramento, de sorte que a possais suportar.”
                      1 Coríntios 10:12-13 - RA


Assim, ainda que tenhamos, pelo mal que em nós habita, uma inclinação natural para o mal, isso não nos faz inocentes diante do erro, uma vez que sempre podemos optar pelo que é certo. Mas sabemos que na prática cotidiana, vivemos assumindo as inclinações naturais e errando. Por isso somos dependentes do amor e da misericórdia de Deus, manifesta em Cristo e operada em nós pelo seu Espírito, pois somos incapazes de nos mantermos sempre corretos diante da inclinação natural para o pecado.


“Bem-Aventurado o homem que suporta, com perseverança, a provação; porque, depois de ter sido aprovado, receberá a coroa da vida, a qual o Senhor prometeu aos que o amam. Ninguém, ao ser tentado, diga: Sou tentado por Deus; porque Deus não pode ser tentado pelo mal e ele mesmo a ninguém tenta. Ao contrário, cada um é tentado pela sua própria cobiça, quando esta o atrai e seduz. Então, a cobiça, depois de haver concebido, dá à luz o pecado; e o pecado, uma vez consumado, gera a morte.”
                      Tiago 1:12-15 - RA


Somos dependentes de Deus, e não querendo ser igual a Deus, precisamos reconhecer essa dependência intimamente. Pois é quebrando em nosso íntimo a arrogância de que somos fortes para vivermos de maneira correta, que iniciamos a caminhada difícil, mas gloriosa, de crescermos na graça e no conhecimento de nosso Senhor e Salvador, Jesus Cristo.

Não estamos num campeonato em que jogamos sozinhos pela vitória. Não estamos em uma disputa em que precisemos provar alguma coisa a alguém. Nem mesmo para Deus; Ele já nos conhece. Nós é que, reconhecendo-nos dependentes de sua companhia, precisamos nos exercitar nesse hábito diário de caminhar ao seu lado, mantendo essa relação sempre presente e operante em nós. Quer pela oração, quer pela meditação em sua Palavra; melhor que seja por ambas

Que Deus nos ensine continuamente a viver essa comunhão.





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