“36 Um dos fariseus
convidou-o para comer com ele; e entrando em casa do fariseu, reclinou-se à
mesa. 37 E eis que uma mulher pecadora que havia na cidade, quando
soube que ele estava à mesa em casa do fariseu, trouxe um vaso de alabastro com
bálsamo; 38 e estando por detrás, aos seus pés, chorando, começou a
regar-lhe os pés com lágrimas e os enxugava com os cabelos da sua cabeça; e
beijava-lhe os pés e ungia-os com o bálsamo. 39 Mas, ao ver isso, o fariseu que o convidara falava consigo,
dizendo: Se este homem fosse profeta, saberia quem e de que qualidade é essa
mulher que o toca, pois é uma pecadora.
40 E respondendo Jesus, disse-lhe: Simão, tenho uma coisa a
dizer-te. Respondeu ele: Dize-a, Mestre. 41 Certo credor tinha dois devedores; um lhe devia quinhentos
denários, e outro cinqüenta. 42 Não tendo eles com
que pagar, perdoou a ambos. Qual deles, pois, o amará mais? 43 Respondeu Simão: Suponho que é aquele a quem mais perdoou.
Replicou-lhe Jesus: Julgaste bem. 44 E, voltando-se para a mulher, disse a Simão: Vês tu esta
mulher? Entrei em tua casa, e não me deste água para os pés; mas esta com suas
lágrimas os regou e com seus cabelos os enxugou. 45 Não me deste ósculo; ela, porém, desde que entrei, não tem
cessado de beijar-me os pés. 46 Não me ungiste a
cabeça com óleo; mas esta com bálsamo ungiu-me os pés. 47 Por isso te digo: Perdoados lhe são os pecados, que são
muitos; porque ela muito amou; mas aquele a quem pouco se perdoa, pouco ama. 48 E disse a ela: Perdoados são os teus pecados. 49 Mas os que estavam com ele à mesa começaram a dizer entre
si: Quem é este que até perdoa pecados? 50 Jesus, porém, disse à mulher: A tua fé te salvou; vai-te
em paz."
Lucas 7:18-35 - JFA
O amor de Cristo
nos constrange[1]. Esta afirmação
de Paulo na segunda carta aos coríntios revela o caráter impulsionador do
reconhecimento do amor de Deus por nós, revelado em Cristo nosso Senhor e Deus. Nós amamos porque ele nos amou primeiro[2]. Toda nossa devoção
e dedicação ao Reino de Deus, nasce do amor de Deus por nós; o seu perdão nos
invade de gratidão e espírito de adoração.
O texto narra uma mulher pecadora. Sabidamente pecadora,
pois o fariseu lhe conhecia a condição de pecadora. E o seu estado de pecado,
segundo entendia o fariseu anfitrião, deveria ter sido motivo para Jesus não
lha permitisse que tocasse nele. Pois já não bastava Jesus tomar lugar à mesa
sem antes lavar as mãos, ele ainda se deixou "contaminar" com o
pecado daquela mulher.
Aquela
mulher, naturalmente, reconheceu seus muitos pecados. Na
verdade nunca os deixou de reconhecer. No entanto ela devia ter poucas
esperanças de solução para sua vida. Vivendo à margem da sociedade, jamais
seria resgatada por qualquer homem. E dependendo de seus pecados, possivelmente
sua única certeza fosse a morte, por estar passível de condenação pela lei
judaica.
Jesus surgiu na vida dessa mulher como
a efetiva salvação de sua vida. A possibilidade de zerar o contador. De resgatar
a própria vida. De ser reintegrada à sociedade. De viver uma vida nova, tendo a
certeza do perdão de sua multidão de pecados. Tamanha libertação gerou-lhe um
imenso sentimento de gratidão, e por isso ela queria demonstrá-la da melhor e
mais convincente forma possível.
Ela então lhe lava os pés. Os beija e
perfuma, numa extremada porém legítima expressão de seu agradecimento, pois
muito lhe havia sido perdoado. E quanto maior a dívida, maior o valor do perdão.
Mais gratidão expressa em amor terá, quem mais reconhecer-se pecador redimido.
O fariseu julgou um desperdício o que
aquela mulher pecadora fez. Mas Jesus reconheceu nela a adoração íntima que
realizou. Vai-te em paz. Não havia
mais qualquer motivo de pranto. Seus muitos
pecados estavam perdoados.
Refletindo o
Exercício
Nossa adoração e louvor têm
refletido nossa gratidão pelo perdão infinito que de Deus temos recebido? Temos
nos oferecido como sacrifícios vivos em um culto racional? Ou não passamos de
fariseus que apenas convidam Jesus para um jantar, numa mera formalidade de
quem não se imagina necessitado do amor de Cristo.
Eu compreendi o contexto e a reflexão... Mas perdão pra mim não se mede pelo tamanho da dívida, pois as dimensões podem ser diferentes pra cada um. Perdão é perdão... É um ato maravilhoso de Deus para o homem... Tanto para um assassino como para cristão de berço "religioso" que se arrepende e demonstra adoração... As dívidas são diferentes... Mas o ato de amor é o mesmo... Pois Deus não muda... Mas compreendi a comparação que Jesus fez para que Simão compreendesse...
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