Meu turno


Por Jânsen Leiros Jr.
Todos me cobram
mas ninguém me paga
Esperam que eu venha a decidir
mas ninguém se decide por mim

Me esperam um futuro correto

me dando um presente errado
Me escondem passados roubados
e sequestram meus sonhos dourados

Sou obrigado a escolhas

sempre forçado a fazê-las
Percebo que toda essa prensa
pretende fazer-me esquecê-las

Com pouca memória de tudo

contando-se história cantada
sempre se pode inventar
pra todos estória encantada

Na ribalta de luz apagada

a cena transcorre no escuro
Atos de uma peça escusa
Morte a quem se recusa

Por isso não pago e não devo

e escolho seguir indeciso
Não aceito furtar-me de mim
nem posso acatar esse fim

No impulso desço do muro

Com coragem subo no palco
Me cabe um farol acender
até o final do meu turno


Outubro 2014

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