Por Jânsen Leiros Jr
"13 Disse-lhe alguém dentre
a multidão: Mestre, dize a meu irmão que reparte comigo a herança. 14 Mas ele lhe respondeu:
Homem, quem me constituiu a mim juiz ou repartidor entre vós? 15 E disse ao povo:
Acautelai-vos e guardai-vos de toda espécie de cobiça; porque a vida do homem
não consiste na abundância das coisas que possui. 16 Propôs-lhes então uma
parábola, dizendo: O campo de um homem rico produzira com abundância; 17 e ele arrazoava consigo,
dizendo: Que farei? Pois não tenho onde recolher os meus frutos. 18 Disse então: Farei isto:
derribarei os meus celeiros e edificarei outros maiores, e ali recolherei todos
os meus cereais e os meus bens; 19 e direi à minha alma: Alma, tens em depósito muitos bens
para muitos anos; descansa, come, bebe, regala-te. 20 Mas Deus lhe disse:
Insensato, esta noite te pedirão a tua alma; e o que tens preparado, para quem
será? 21 Assim é aquele que para
si ajunta tesouros, e não é rico para com Deus."
Lucas 12:13-21 - JFA
No exercício anterior Jesus falava de
não temermos circunstância desfavorável, porque Deus, que cuida de passarinhos tão
baratos, muito mais cuidará de nós. Porém a ambição humana natural é buscar nos
recursos materiais, as sensações de bem estar e segurança. São as desejadas garantias, que se sustentam prioritariamente
naquilo que é tangível, naquilo que é palpável.
Foi requerendo essa garantia, que o
filho desfavorecido de uma determinada partilha, pede a interveniência de
Jesus. O texto não registra as razões que o levaram a ter sido injustiçado, ou
ter a sensação de não haver sido favorecido justamente na partilha. Mas de qualquer
forma, ao sentir-se prejudicado, ele pede que Jesus intervenha, trazendo para aquela
circunstância, a justiça a que entende ter direito. Jesus porém não só se exime
de tal responsabilidade, como reforça por parábola, a ideia de que recursos
materiais em nada pode garantir justiça, ou o cuidado de Deus.
Na parábola, o homem rico e avarento, diante
da prosperidade de seus campo, a despeito de já ter produzido o bastante para
seu sustento e para o bom lucro de seu empreendimento, não pensa em estender
ajuda a quem quer que seja. Antes ele pensa apenas em si mesmo e na garantia de
seu futuro. Na segurança dos dias vindouros. Ele decide ampliar sua capacidade
de armazenamento, para que tais recursos lhe permitissem descansar de suas
preocupações com o amanhã.
Alma,
tens em depósito muitos bens para muitos anos; descansa, come, bebe, regala-te.
Essa é toda a insensatez das garantias materiais e da segurança que advêm dos
recursos estocados; nada pode garantir a vida, ou a possibilidade de aproveitar
o que se acumulou. Insensato, esta noite
te pedirão a tua alma. Em outra tradução diz Louco!... Ora, se o acumulo de bens e a segurança nas riquezas é vã
mesmo para quem a tem de verdade, quanto mais fugaz é a sensação de se garantir
em pequenas posses, para aqueles que pouco ou nada têm. Mas são muitos os que,
mesmo vivendo remediadamente, acreditam que suas seguranças e garantias, podem
estar condicionadas ao que lhes seja palpavelmente conquistado.
E
o que tens preparado, para quem será? A avareza e a
ansiedade de acumular o bastante para um futuro que não pode ser garantido pela
posse de qualquer riqueza, fez com que aquele homem não se permitisse ser
generoso, e ajudasse alguém com o que lhe sobejava. Sua insensatez culminou na
distribuição, não só do que lhe sobraria, mas de tudo o que já havia guardado.
Toda sua riqueza se perdeu, quando perdeu a própria vida.
Quando no deserto, o povo de Israel,
liberto da escravidão do Egito, precisou aprender a depender do sustento de
Deus dia a dia, alimentando-se do maná que descia do seu toda manhã. E não
podia nem mesmo guarda-lo de um dia para o outro pois estragava. Era preciso
confiar que no dia seguinte, nova porção do cuidado de Deus se encarregaria de
suas necessidades. A única garantia que tinham, era o cuidado, a providência e
a fidelidade de Deus.
Garantias materiais não combinam com fé.
Ser generoso é abençoar o próximo com a prosperidade do que Deus nos concede.
Quão melhor é dizer comam, bebam,
aproveitem... comigo, tudo isso que Deus me proporcionou.
Refletindo o Exercício
Vivemos buscando de Deus recompensas e prosperidade que
garantam nossa segurança e confiança no futuro, quando na verdade esse futuro
precisa, por fé, ser garantido e sustentado por Deus. Que nossa fé se exercite
na dependência de Deus, e que a eventual prosperidade não nos torne insensatos
e loucos.
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