Exercício 034 - Comam, bebam e aproveitem


Por Jânsen Leiros Jr


"13 Disse-lhe alguém dentre a multidão: Mestre, dize a meu irmão que reparte comigo a herança. 14 Mas ele lhe respondeu: Homem, quem me constituiu a mim juiz ou repartidor entre vós? 15 E disse ao povo: Acautelai-vos e guardai-vos de toda espécie de cobiça; porque a vida do homem não consiste na abundância das coisas que possui. 16 Propôs-lhes então uma parábola, dizendo: O campo de um homem rico produzira com abundância; 17 e ele arrazoava consigo, dizendo: Que farei? Pois não tenho onde recolher os meus frutos. 18 Disse então: Farei isto: derribarei os meus celeiros e edificarei outros maiores, e ali recolherei todos os meus cereais e os meus bens; 19 e direi à minha alma: Alma, tens em depósito muitos bens para muitos anos; descansa, come, bebe, regala-te. 20 Mas Deus lhe disse: Insensato, esta noite te pedirão a tua alma; e o que tens preparado, para quem será? 21 Assim é aquele que para si ajunta tesouros, e não é rico para com Deus."
Lucas 12:13-21 - JFA

No exercício anterior Jesus falava de não temermos circunstância desfavorável, porque Deus, que cuida de passarinhos tão baratos, muito mais cuidará de nós. Porém a ambição humana natural é buscar nos recursos materiais, as sensações de bem estar e segurança. São as desejadas garantias, que se sustentam prioritariamente naquilo que é tangível, naquilo que é palpável.

Foi requerendo essa garantia, que o filho desfavorecido de uma determinada partilha, pede a interveniência de Jesus. O texto não registra as razões que o levaram a ter sido injustiçado, ou ter a sensação de não haver sido favorecido justamente na partilha. Mas de qualquer forma, ao sentir-se prejudicado, ele pede que Jesus intervenha, trazendo para aquela circunstância, a justiça a que entende ter direito. Jesus porém não só se exime de tal responsabilidade, como reforça por parábola, a ideia de que recursos materiais em nada pode garantir justiça, ou o cuidado de Deus.

 Na parábola, o homem rico e avarento, diante da prosperidade de seus campo, a despeito de já ter produzido o bastante para seu sustento e para o bom lucro de seu empreendimento, não pensa em estender ajuda a quem quer que seja. Antes ele pensa apenas em si mesmo e na garantia de seu futuro. Na segurança dos dias vindouros. Ele decide ampliar sua capacidade de armazenamento, para que tais recursos lhe permitissem descansar de suas preocupações com o amanhã.

Alma, tens em depósito muitos bens para muitos anos; descansa, come, bebe, regala-te. Essa é toda a insensatez das garantias materiais e da segurança que advêm dos recursos estocados; nada pode garantir a vida, ou a possibilidade de aproveitar o que se acumulou. Insensato, esta noite te pedirão a tua alma. Em outra tradução diz Louco!... Ora, se o acumulo de bens e a segurança nas riquezas é vã mesmo para quem a tem de verdade, quanto mais fugaz é a sensação de se garantir em pequenas posses, para aqueles que pouco ou nada têm. Mas são muitos os que, mesmo vivendo remediadamente, acreditam que suas seguranças e garantias, podem estar condicionadas ao que lhes seja palpavelmente conquistado.

E o que tens preparado, para quem será? A avareza e a ansiedade de acumular o bastante para um futuro que não pode ser garantido pela posse de qualquer riqueza, fez com que aquele homem não se permitisse ser generoso, e ajudasse alguém com o que lhe sobejava. Sua insensatez culminou na distribuição, não só do que lhe sobraria, mas de tudo o que já havia guardado. Toda sua riqueza se perdeu, quando perdeu a própria vida.

Quando no deserto, o povo de Israel, liberto da escravidão do Egito, precisou aprender a depender do sustento de Deus dia a dia, alimentando-se do maná que descia do seu toda manhã. E não podia nem mesmo guarda-lo de um dia para o outro pois estragava. Era preciso confiar que no dia seguinte, nova porção do cuidado de Deus se encarregaria de suas necessidades. A única garantia que tinham, era o cuidado, a providência e a fidelidade de Deus.

Garantias materiais não combinam com fé. Ser generoso é abençoar o próximo com a prosperidade do que Deus nos concede. Quão melhor é dizer comam, bebam, aproveitem... comigo, tudo isso que Deus me proporcionou. 


Refletindo o Exercício

Vivemos buscando de Deus recompensas e prosperidade que garantam nossa segurança e confiança no futuro, quando na verdade esse futuro precisa, por fé, ser garantido e sustentado por Deus. Que nossa fé se exercite na dependência de Deus, e que a eventual prosperidade não nos torne insensatos e loucos. 

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