“37 Não julgueis, e não sereis
julgados; não condeneis, e não sereis condenados; perdoai, e sereis perdoados. 38
Dai, e ser-vos-á dado; boa medida, recalcada, sacudida e transbordando vos
deitarão no regaço; porque com a mesma medida com que medis, vos medirão a
vós.
39
E propôs-lhes também uma parábola: Pode porventura um cego guiar outro cego? não
cairão ambos no barranco? 40 Não é o discípulo mais do que o
seu mestre; mas todo o que for bem instruído será como o seu mestre. 41
Por que vês o argueiro no olho de teu irmão, e não reparas na trave que está no
teu próprio olho? 42 Ou como podes dizer a teu irmão:
Irmão, deixa-me tirar o argueiro que está no teu olho, não vendo tu mesmo a
trave que está no teu? Hipócrita! tira primeiro a trave do teu olho; e então
verás bem para tirar o argueiro que está no olho de teu irmão."
Lucas 6:37-42 - JFA
Falar da vida alheia parece ser uma
espécie de preferência nacional,
assim como é muito comum ver pessoas falando abertamente daquilo que não têm
qualquer conhecimento, sem nenhum constrangimento ou incômodo. Falam com
propriedade tal, que um desavisado é capaz de dar crédito ao que ouve sem
pestanejar.
O que nos causa ainda maior tristeza,
porém, é que um comportamento inconveniente aos cristãos, é largamente
praticado nos milhares de lares e igrejas evangélicas mundo afora. E pior! Não
basta falar. Tem que julgar, condenar, e praticamente considerar sem perdão, qualquer que seja o alvo da
maledicência.
Pense agora o contrário. A pessoa que julgou, condenou e negou o perdão,
tornando-se alvo do juízo de outros. Certamente sonhará com uma benevolência
que não foi capaz de ter, quando se colocou a si mesma no papel de acusador,
júri, juiz e carcereiro. Desejará uma medida
mais branda, uma régua mais maleável,
ainda que tenha sido inclemente quando lançou seu acusado numa prisão perpétua
imaginária, porém cruel.
É preciso ser misericordioso e ter o
coração repleto de bondade. Não para ser condescendente com o pecado, mas para
ser acolhedor ao pecador. Porque podemos não concordar com atitudes e
circunstâncias, mas devemos amar o presumível ofensor.
Há, porém, mais do que simples
maledicência por detrás da avidez com que se aponta o erro alheio; a
necessidade de esconder suas próprias fraquezas e mazelas. Porque quando se
chama atenção para o cisco no olho de alguém, tenta-se esconder uma trave muito
maior que está tapando toda a visão de quem aponta.
Hipócrita!
Diz Jesus com indisfarçável indignação. É
o cego pretendendo guiar outro cego. No fim, nem um nem o outro poderia
pretender conduzir quem quer que fosse, colocando-se na condição orientador e
guia. Ambos cairão no barrando.
Refletindo o
Exercício
Temos resistido ao impulso de
julgar e condenar o próximo? Ou não se repete em nós, com freqüência relevante,
a atitude de apontar o erro alheio, na intenção de encobrir os meus próprios
erros?
Que Deus nos instrua a retirar as
traves que nos cegam, para seguirmos acolhendo com compaixão aqueles que
precisam de encorajamento e orientação.
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