Exercício 035 - Confiamos ou não?


Por Jânsen Leiros Jr


"22 E disse aos seus discípulos: Por isso vos digo: Não estejais ansiosos quanto à vossa vida, pelo que haveis de comer, nem quanto ao corpo, pelo que haveis de vestir. 23 Pois a vida é mais do que o alimento, e o corpo mais do que o vestuário. 24 Considerai os corvos, que não semeiam nem ceifam; não têm despensa nem celeiro; contudo, Deus os alimenta. Quanto mais não valeis vós do que as aves! 25 Ora, qual de vós, por mais ansioso que esteja, pode acrescentar um côvado à sua estatura? 26 Porquanto, se não podeis fazer nem as coisas mínimas, por que estais ansiosos pelas outras? 27 Considerai os lírios, como crescem; não trabalham, nem fiam; contudo vos digo que nem mesmo Salomão, em toda a sua glória, se vestiu como um deles. 28 Se, pois, Deus assim veste a erva que hoje está no campo e amanhã é lançada no forno, quanto mais vós, homens de pouca fé? 29 Não procureis, pois, o que haveis de comer, ou o que haveis de beber, e não andeis preocupados. 30 Porque a todas estas coisas os povos do mundo procuram; mas vosso Pai sabe que precisais delas. 31 Buscai antes o seu reino, e estas coisas vos serão acrescentadas. 32 Não temas, ó pequeno rebanho! porque a vosso Pai agradou dar-vos o reino.  

33 Vendei o que possuís, e dai esmolas. Fazei para vós bolsas que não envelheçam; tesouro nos céus que jamais acabe, aonde não chega ladrão e a traça não rói. 34 Porque, onde estiver o vosso tesouro, aí estará também o vosso coração"
Lucas 12:22-34 - JFA

A ansiedade é, sem dúvida, uma dos males que mais afetam a sociedade moderna. A competitividade desenfreada, a busca sôfrega por sucesso e bem estar, e o extremo conceito materialista do que é bem estar, têm provocado inquietações, medos e crescente grau de incertezas na população em geral, não livrando nem mesmo aqueles que em primeira análise, não precisariam ocupar-se com qualquer tipo de preocupação, dadas as suas condições privilegiadas em relação à maioria.

 Se angustias e preocupações vivem enrugando testas pelas ruas das metrópoles, nas cidades do interior a situação não se modifica muito. Com a globalização e a popularização dos meios de comunicação e fontes de informação, em todo e qualquer lugar é possível ser atingido por notícias, disputas e necessidades, antes ignoradas ou adormecidas nas populações mais pacatas e sem ambições. Todos querem, todos precisam, todos sonham... Todos temem frustrar seus desejos.

Nos tempos de Jesus não era muito diferente pelo visto. A ansiedade, parece, também ocupava uma grande parcela do tempo e dos pensamentos das gentes daqueles dias. Tanto que ele se preocupa em tocar nesse assunto tão evidentemente presente no modelo de vida dos judeus. E Jesus aborda o tema na sequência de sua fala sobre a confiança em Deus e no seu cuidado. Logo depois de falar da frugalidade em se confiar nos próprios recursos e circunstâncias aparentemente favoráveis.

Não estejais ansiosos quanto à vossa vida, diz Jesus ao falar do assunto. Tal ansiedade, provavelmente, era flagrante na sociedade judaica, pois deveria ocupar grande parte do tempo e da dedicação das pessoas, que faziam de tais ocupações, desculpas para não voltarem suas vidas às ações práticas de cuidado e amor ao próximo, ou mesmo à devoção a Deus. Viviam ensimesmadas e preocupadas com o que haveriam de comer e pelo que haveriam de vestir. Preocupações aparentemente legítimas, mas que no fundo serviam de cortina de fumaça para um comportamento egoísta e avarento de alguns, ou de grande fardo e angústia sincera de outros tantos.

Todas estas coisas os povos do mundo procuram; mas vosso Pai sabe que precisais delas. Somos desafiados a agir diferente do homem natural, a viver em confiança. A viver por fé. A ansiedade denuncia a inquietação de quem não confiança, não espera e não descansa no cuidado e no amor de Deus. Ora, se ele cuida de animais e plantas tão simples e frágeis, quanto mais de cuidará de nós, por sua bondade e graça.

O desafio de confiança é tão claro e direto, que Jesus nos incentiva a nos desfazermos de posses e recursos; dar o que temos aos pobres. Viver com bolsas que não podem nada reter ou acumular. Afinal, onde estiver o vosso tesouro, aí estará também o vosso coração[1].


Refletindo o Exercício

Trabalhar e cuidar do próprio sustento e do sustento da família é totalmente legítimo. Fazer disso desculpa para não dedicar tempo a Deus e ao seu reino, é desqualificar o legítimo, tornando-o um ídolo ao que nos devotamos diuturnamente. Não estimulo quem queira viver de brisa ou do esforço alheio, mas o justo viverá pela confiança.



[1]  http://teologandoso.blogspot.com.br/2014/08/e-o-cofre-mais-que-o-tesouro.html

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