Desencontro


Nossos anseios divergem
Nossos destinos bifurcam
Nossos desejos se invertem
e nossos humores se alternam

Nossas vidas não se encontram

nossos passos se atropelam
Nosso ardor se apaga
nosso brilho se esvai

Em comum só a tristeza

incomum na paixão
Por disputas de um porque
da culpa e da razão

Pecado que assumo inocente

na pressa por solução
Se errei ou se erramos
Onde
quando
em quê?

Se não sei

    não sabemos
Fugir do que?
Insistir pra quê?

Melhor soltar a corda

Se não
mudar o rumo
Seguir novos caminhos
surgidos no desencontro

Dezembro 1993

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