Ainda esperamos?



E nossa vida segue 
sem saber 
em meio a circunstâncias 
sem sabor
Uns abraços por agrado
algum carinho por encomenda
um beijo por um queijo
Tudo em troca
e em troca nada
Por nada se arranca
um sorriso
por mais que se faça
de um tudo
O que me atinge
nem perto chega
e o que me mata 
nem mesmo encosta
Sofre-se por provável
impossível solução solúvel 
de esquecida emoção perdida
O vento muda 
e nós sopramos
o mundo avança 
e nós sobramos
Não há porque contar
nem tem como esquecer
que em tudo nada deu
E se não queres
nem eu
Em poucos passos saltaremos
a poucos metros cairemos
O fim da estrada nos espera
e o que é que
ainda esperamos?


Maio 2015

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