Provérbios 4:10-19
10 Ouve,
filho meu, e aceita as minhas palavras, e se te multiplicarão os anos de vida.11
No caminho da sabedoria, te ensinei e pelas veredas da retidão te fiz andar.12
Em andando por elas, não se embaraçarão os teus passos; se correres, não
tropeçarás.13 Retém a instrução e não a largues; guarda-a, porque ela é a tua
vida.14 Não entres na vereda dos perversos, nem sigas pelo caminho dos
maus.15 Evita-o; não passes por ele; desvia-te dele e passa de largo;16
pois não dormem, se não fizerem mal, e foge deles o sono, se não fizerem
tropeçar alguém;17
porque comem o pão da impiedade e bebem o vinho das violências.18
Mas a vereda dos justos é como a luz da aurora, que vai brilhando mais e mais
até ser dia perfeito.19 O
caminho dos perversos é como a escuridão; nem sabem eles em que tropeçam.
O autor de
Provérbios continua a exaltar o legado que a sabedoria deixa para a vida, mas
agora traduzindo-a em prudência. A sabedoria torna o indivíduo prudente. A prudência
garante vida longa e tranqüilidade, porque afasta-nos de circunstâncias
perigosas. Porém tanto quanto a sabedoria, a prudência tem sido fortemente desprezada
pela sociedade.
Tem sido muito
comum testemunhar pessoas se vangloriarem por suas ousadias. Parece que tem
havido uma premiação social intensa ao comportamento ousado, e por assim dizer
imprudente. Afinal, você só deve se
arrepender daquilo que não fez, dizem os pseudos-sábios de plantão. Não é
isso que nos tentam fazer acreditar? Que tudo tem de ser experimentado, testado?... O sábio diz o contrário. Evita-o; não passes por ele; desvia-te dele
e passa de largo... Não há e nunca houve qualquer necessidade de se
experimentar aquilo que sabidamente não traz qualquer benefício. Ou será que
alguém anda experimentando veneno para saber se realmente mata?
É preciso,
contudo, não confundir imprudência com confiança. Agir confiadamente, com
responsabilidade de quem já mediu conseqüências, já ponderou alternativas e
possibilidades, é ótimo e faz a vida avanças. a falta de confiança, inclusive,
pode paralisar a vida. Mas prudência também não é inércia. É antes avaliar
circunstâncias, medir os passos, agir com certa dose de cuidado e por assim
dizer, sabedoria. É plenamente possível ser confiante e prudente em um só ato,
assim como é possível ser imprudente a insistir numa inércia ou em um medo
paralisante.
Há um alerta
extenso de que a imprudência e a tolice, a impulsividade e a violência, ainda
que aparentemente tragam bons resultados, pois de imediato usufruem daquilo que
indevidamente conquistam, trarão tropeço repentino. São como a escuridão,
porque essa se abate repentinamente. Basta que a luz se apague.
No sentido
inverso, Salomão afirma que o caminho do justo não é mágico. Não traz retorno
imediato. Ele é um caminho de paciência de vivência e experimentação. Que vai
clareando devagar até ser dia perfeito. Até que seu brilho intenso se apresente
pleno, porém consistente e sustentado. É preciso ser convicto da sabedoria e da
prudência, para se chagar a ser dia perfeito.
Portanto a
sabedoria é o fiel da balança, que orientará o caminho, à medida que confiança e
imprudência se confundam nas bifurcações da vida.
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