Por Jânsen Leiros Jr
29 Como afluíssem as
multidões, começou ele a dizer: Geração perversa é esta; ela pede um sinal; e
nenhum sinal se lhe dará, senão o de Jonas; 30 porquanto, assim como Jonas foi sinal para os ninivitas,
também o Filho do homem o será para esta geração. 31 A rainha do sul se
levantará no juízo com os homens desta geração, e os condenará; porque veio dos
confins da terra para ouvir a sabedoria de Salomão; e eis, aqui quem é maior do
que Salomão. 32 Os homens de Nínive se levantarão no juízo com esta
geração, e a condenarão; porque se arrependeram com a pregação de Jonas; e eis
aqui quem é maior do que Jonas."
Lucas 11:29-32 - JFA
Geração
perversa é esta, diz Jesus daqueles que lhe pediam
sinais do céu. Perversa, e poderíamos acrescentar cínica, uma vez que estavam pedindo um sinal dos céus, na seqüência
de múltiplos sinais realizados por Jesus, registrados nos capítulos que lemos
até aqui. Perversa e hipócrita, já
que tentou desqualificar tudo o que Jesus acabara de realizar, acusando-o de fazê-lo
pela autoridade de Belzebu.
Mas que sinais eram esses que tanto
queriam? Que sinais eram esses que, sendo-lhes dado os faria crer que Jesus era
o Messias? O endemoninhado mudo acabara de ser curado. Não havia muito tempo
muitos haviam sido curados de suas enfermidades. Houve ressurreição de mortos,
cegos viram e paralíticos andaram. Cinco mil homens haviam comido a partir de
cinco pães e dois peixes. Que outros e maiores sinais seriam capazes de os
convencer?
Na verdade sinal algum os convenceria.
Ao pedir um sinal do céu, porque entendiam
em sua arrogância que lhe seria impossível realizar algo tão grandioso, eles
apenas demonstraram suas intenções de causar constrangimento e afronta a Jesus,
na tentativa de diminuí-lo diante da multidão que, flagrantemente, já o
entendia minimamente como um enviado de
Deus.
E
nenhum sinal se lhe dará, afirma Jesus categoricamente.
Ele não está negando sinais de sua autoridade e messianismo, mesmo porque
muitos já haviam sido dados, bem como tantos outros ainda se dariam. Porém
Jesus lhes percebia os corações cínicos e hipócritas. Eles em nada creriam, porque eles criam apenas no que
lhes era conveniente crer. Aqueles escribas e fariseus, doutores da lei, estavam
diante de um iminente risco às suas condições de proeminência na sociedade
judaica. Temiam por seus privilégios e vantagens diversas, além do poder que
exerciam sobre os mais comuns e humildes daquela sociedade. Crer, ou mesmo apenas
admitir que Jesus era o Cristo de Deus, seria prejudicial a todos os seus
interesses. Normalmente se crê no que se convém.
Aquela geração só teria como sinal o
mesmo de Jonas. Essa era uma alusão à sua morte e ressurreição. Uma alusão óbvia
para nós hoje, mas uma incógnita para seus ouvintes. Porém isso não os
desculpa, pois o que lhes condena é exatamente a arrogância do coração. Pois se
houve arrependimento em Nínive, pela pregação de Jonas, como não aceitar a
mensagem de quem é maior que Jonas. E se houve quem transpusesse tamanhas distância
para ouvir Salomão, como não esforçar-se para ouvir e observar o que fala quem é
maior que Salomão. Aquela geração creu apenas no que lhes foi conveniente crer.
Refletindo o Exercício
Somos naturalmente tendenciosos. Fazemos quase sempre e
preferencialmente aquilo que atende apenas aos nossos interesses e conveniências.
Mas crer apenas no que convém, mais do que uma atitude egoísta, é uma atitude
hipócrita e cínica, típica dos manipuladores de si mesmo e da fé de terceiros.
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