Por Jânsen Leiros Jr.
"Justificados,
pois, mediante a fé, temos paz com Deus por meio de nosso Senhor Jesus Cristo; por
intermédio de quem obtivemos igualmente acesso, pela fé, a esta graça na qual
estamos firmes; e gloriamo-nos na esperança da glória de Deus. E não somente
isto, mas também nos gloriamos nas próprias tribulações, sabendo que a tribulação
produz perseverança; e a perseverança, experiência; e a experiência, esperança.
Ora, a esperança não confunde, porque o amor de Deus é derramado em nosso
coração pelo Espírito Santo, que nos foi outorgado."
Romanos 5:1-5 - RA
Venho acompanhando com enorme
apreensão a disseminada ideologia do sofrimento
zero, que promete uma vida terrena intocável e distante, das dificuldades e
apreensões que naturalmente atingem o ser humano ao longo de sua vida.
Diferentemente do que apregoam
tendenciosamente algumas correntes ditas evangélicas, tal ideologia se
confronta com a própria mensagem de Jesus aos seus discípulos pouco antes de
sua prisão; no mundo tereis aflições.
Ora, se o próprio Jesus se ocupou em alertar seus discípulos sobre essa
condição inevitável em que a vida os envolveria, que mágica pretensamente resultante
de algum exercício espiritual, nos protegeria das tribulações da vida?
Com o intuito de atrair seguidores, os
profetas da vida próspera envolvem as multidões em um maniqueísmo de lógica
profana do toma lá dá cá. “Se eu
fizer isso, logo isso não acontecerá comigo.”. Essa lógica diabólica de
recompensas em série, acaba por causar neurose e culpa, nos mais sinceros e
devotados seguidores desses falsos profetas.
No
mundo tereis aflições, mas tende bom ânimo; eu venci o mundo.
Jesus não diz que a vida será fácil. Antes afirma as aflições e convida tende bom ânimo. Isso é um convite à
confiança pela convicção. Á esperança de que Ele passou por aflições e venceu,
venceremos nós também.
Já o apóstolo Paulo aprofunda a
análise da tribulação, e lhe dá um sentido existencial em nossa vida; a tribulação produz perseverança; e a
perseverança, experiência; e a experiência, esperança. Ele tinha sob
perspectiva que o crente experimentado estaria preparado para toda sorte de
circunstância que precisasse viver. E esse é o oportuno e final sentido da
tribulação. A experimentação, o amadurecimento espiritual que nos leva a deixar
a condição de meninos, e entrarmos na fase adulta da fé cristã.
"O
mundo inteiro jaz no Maligno" (1 Jo. 5:19),
mas "não peço que os tires do mundo,
e sim que os guardes do mal" (Jo.
17:15).
Esse é o exercício da fé em que devemos gastar nossos dias, sem murmurar, mas
confiantes de que sairemos do vale da sombra
da morte, sempre melhores e mais preparados do que entramos.
Que Deus nos conceda ânimo firme e
constante, diante das aflições pela vida a fora.
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