domingo, 29 de junho de 2014

X A frustração de hoje que o Julio Cesar impediu


Ninguém quer acreditar, mas é verdade. Estamos fora da Copa 2014. A nossa Copa. A Copa que aguardamos por tanto tempo e acreditamos ser a Copa do Hexa. Ele não virá. Não nessa Copa. A seleção brasileira perdeu. O Brasil está fora.

Após o último pênalti perdido por Neymar, a torcida brasileira espalhada por todo o pais se calou. Como quem se dá ao carrasco, esperamos apenas o cumprimento da sentença. E quando o pênalti cobrado pelo chileno foi convertido em gol, nos entreolhamos desapontados e querendo não acreditar no que começávamos a viver. O fim da esperança de sermos campeões.

É claro que agora, com as lágrimas enxugadas, fica claro que alguns fatores durante o jogo e os momentos que antecederam a disputa por pênaltis, já nos davam boas dicas do que aconteceria. O polêmico Júlio Cesar chorava copiosamente, completamente desequilibrado e sem a menor condição de cumprir com suas responsabilidades em campo. Já havia demonstrado desequilíbrio em 2010, e por teimosia foi convocado por Felipão cada vez mais ranzinza e intransigente. O Willians havia acabado de entrar e sequer estava devidamente aquecido. E o Hulk... Depois de ter falhado no gol de empate do Chile, não poderia ter sido escalado para cobrar um dos pênaltis. Não um jogador que cobra pênalti com o peito do pé... Lamentável.

Mas nenhum outro fator contribuiu mais para o fracasso brasileiro na cobrança dos pênaltis, do que escalar um jogador que minutos antes havia caído no campo, com dores de câimbra. Neymar claramente não tinha a menor condição de ser um dos cobradores. Principalmente ser o cobrador que encerraria a série. Era impossível acreditar que ele pudesse fazer algo diferente, do que chutar fraco, nas mãos do goleiro chileno.

Portanto, o que vimos ontem, foi a conjunção de decisões inadequadas por parte da comissão técnica, que veio desde a preparação da seleção, passando pela convocação e terminando na desastrosa e equivocada escolha dos cobradores da série de pênaltis. Teimosia, ingenuidade e impertinência.

Assim termina uma das participações mais pífias do Brasil em copas do mundo, com uma diferença; dessa vez temos mais culpados para escolher e não será apenas o decadente Julio Cesar a sofrer com a frustração da torcida.

... Que teve muito jornalista e crítico de plantão deletando um artigo assim para hoje, ah isso teve!!!


Valeu seleção! Valeu Julio Cesar!!!

quarta-feira, 25 de junho de 2014

=> A Relevância de um Deus Criador

Por Jânsen Leiros Jr. 

Que importância pode haver em se saber se foi mesmo Deus que criou o universo, ou se esse mesmo universo não passa de obra do acaso, de uma geração espontânea de matéria, ou de processo evolutivo autônomo? Talvez para o pragmatismo do mundo moderno, saber “o que”, “quando”, “como”, “quem” e “por que” o universo surgiu, não tenha mesmo a menor relevância, uma vez que se trata de um assunto que na concepção científica, pode ter ocorrido há milhões ou até mesmo bilhões de anos. Um acontecimento tão cronologicamente remoto não pode, numa primeira análise, ter importância alguma para os dias de hoje.

A sociedade moderna anda em busca do novo, do surpreendente, ou do que é ousado. E a menos que o assunto criação venha ao noticiário temperado com revelações surpreendentes, não haverá por ele qualquer interesse. E o que há de novo, diferente ou ousado na clássica discussão sobre a criação do universo? Mesmo nós cristãos, quando falamos da criação, somos infantis, tratando o tema como verdade absoluta e inquestionável (quase intocável), simplesmente porque está na Bíblia, sem qualquer outra forma de argumentação ou crença sustentável. Não que o fato de estar na Bíblia não seja relevante. Muito pelo contrário. Mas creio que a narrativa bíblica da criação seja ainda mais rica do que normalmente utilizamos na defesa de nossa crença. É como se alguém fosse ao teatro e após ter lido a sinopse, se retirasse sem ver a peça, sem ver o que havia por detrás das cortinas.

Mas se por um lado a sociedade moderna passa de largo pela questão da criação, de outro, perguntas como “quem somos”, “de onde viemos”, e “para onde vamos”, continuam a freqüentar a mente humana, incomodando-a, e a deixando continuamente instável, pois se é verdade que não se deve viver o presente lamentando a culpa pelo passado, ou ansiando pelo futuro, também é verdade que a vida no presente perde a referência, se eu desconheço o meu passado, ou sofro a insegurança de desconhecer meu futuro.

O que acontece na verdade, é que a sociedade moderna vive uma grave crise de convicção. Por seu caráter dinâmico, instável e evolutivo, quase que diariamente, pressupostos científicos considerados inquestionáveis são derrubados por novos pressupostos, baseados em novas descobertas promovidas pelo avanço tecnológico. Métodos produtivos e comerciais consagrados tornam-se obsoletos numa velocidade tão grande, que muitas das vezes nem mesmo chegam a ser compreendidos em todas as suas possibilidades, e já são postos de lado pela geração seguinte de profissionais. O prazo de validade dos conceitos e ideologias está tão curto, que muitas das vezes não conseguem sequer chegar às prateleiras, para consumo daqueles que anseiam por acreditar em alguma coisa que lhes faça algum sentido. Na sociedade moderna, aquilo que é verdade hoje, pode amanhecer amanhã como uma desprezível visão míope daqueles que a defendiam.

Nessa realidade conjuntural, ninguém quer se comprometer com idéia alguma, ou defender conceito algum que possa lhe caracterizar como alguém ultrapassado. E o que pode ser mais ultrapassado na sociedade moderna do que a fé num Deus Criador? Não que a crença na existência de Deus ou numa força superior seja considerada antiquada. Não. Na verdade, está cada vez mais em moda especular sobre Deus, confessar-se uma pessoa de fé, declarar-se interessado nas questões espirituais, metafísicas ou extra-sensoriais. Nunca a mídia abriu tanto espaço para a religiosidade. Em nenhum outro momento da sociedade moderna se falou tanto em sobrenatural como agora. Religiões orientais avançam poderosamente, conquistando devotos das mais variadas posições sociais e condições econômicas. O cristianismo reascendeu com o movimento carismático e a popularidade do neo-pentecostalismo. Além disso, os espiritualistas se propagam rapidamente entre os tendenciosamente gnósticos. Isso sem falarmos dos chamados esotéricos de última hora, que na falta de compromisso com uma só filosofia, crêem em quase tudo ao mesmo tempo, misturando doutrinas e superstições.

Ora, se o “sagrado”, o “espiritual” e o “metafísico” estão na moda, por que um Deus Criador é uma idéia considerada antiquada? Simplesmente porque a criação Divina foi, ao longo do tempo, banalizada pelo uso de interpretações que, em vez de tentar levar às pessoas a compreensão do “porque” e do “para quê” o universo foi criado, tentavam explicar aquilo para o qual a própria Bíblia não se apresenta como fonte: o “quando” e o “como” se deu a criação. Diante de uma postulação muitas das vezes impúbere e desprezível à luz da sociedade moderna, a humanidade correu para tentar explicar o universo através daquilo que pudesse parecer mais aceitável. Nessa busca pelo racionalmente provável e crível, descartou-se por completo a idéia de que Deus criou o universo, e se avançou a favor das teorias evolucionistas, e filosofias cosmosóficas, onde até se pode admitir a existência de Deus, mas não sua participação direta na criação. A partir daí, passamos a conhecer algumas teorias absurdamente contraditórias. Ainda que o método científico prime por postular sobre aquilo que possa ser comprovado, trabalham com hipóteses tão remotas e conjecturas tão criativas, que às vezes é preciso mais fé para crer naquilo que defendem, do que na Criação Divina.

Cuidado que ninguém vos venha a enredar com sua filosofia e vãs sutilezas, conforme a tradição dos homens, conforme os rudimentos do mundo e não segundo Cristo.
Colossenses 2:8; RA


Diga a essa gente que deixe de lado as lendas e as longas listas de nomes de antepassados, pois essas coisas só produzem discussões. Elas não têm nada a ver com o plano de Deus, que é conhecido somente por meio da fé. Essa ordem está sendo dada a fim de que amemos uns aos outros com um amor que vem de um coração puro, de uma consciência limpa e de uma fé verdadeira. Alguns abandonaram essas coisas e se perderam em discussões inúteis. Eles querem ser mestres da Lei de Deus, mas não entendem nem o que eles mesmos dizem, nem aquilo que falam com tanta certeza.
1 Timóteo 1:4-7; NTLH


Fiel é esta palavra, e quero que, no tocante a estas coisas, faças afirmação, confiadamente, para que os que têm crido em Deus sejam solícitos na prática de boas obras. Estas coisas são excelentes e proveitosas aos homens. Evita discussões insensatas, genealogias, contendas e debates sobre a lei; porque não têm utilidade e são fúteis.
Tito 3:8-9; RA

Há que se destacar ainda, que a teologia praticada com displicência também tem sua parcela de culpa, contribuindo, ainda que indiretamente, no afastamento do Homem da noção do Deus Criador. Não por defender o princípio incondicional de que Deus criou o universo, o que continuam defendendo heroicamente, mas pela aventura a que alguns teólogos se lançaram, ao debaterem nuances secundárias, que desviam o pensamento piedoso daquilo que na verdade importa na questão da origem do universo e da vida no planeta. Ora, que importância teológica há, em se saber se o período da criação corresponde a uma semana do nosso calendário, ou se o autor de Gênesis está fazendo alusão a um período de centenas, milhares ou milhões de anos? Que diferença faz crer na Teoria do Intervalo, ou acreditar que a criação foi um ato progressivo e cronológico? É sobre temas como esses que Paulo fala nos textos acima. Para ele, questões como estas são vãs e sem proveito para o espírito do homem. Não me surpreende, portanto, que a sociedade atual tenha se distanciado do Deus Criador. Fracassamos em apresentá-Lo ao homem moderno, quando não destacamos aquilo que realmente pode lhe servir de conforto, na sua busca frenética pela verdade que o liberte de seus questionamentos e dúvidas inconfessáveis.

Há um fator muito importante que nos deve orientar na apresentação do Deus Criador. Não é o pretenso conhecimento da verdade dos fatos que nos aproxima d’Ele, mas sim, o que Ele nos revela de seu Ser na narrativa da criação. Isso sim pode influenciar diretamente o relacionamento da criatura com seu Criador. Não é o saber teológico ou uma presunçosa erudição que opera o fortalecimento espiritual, mas o que o próprio Deus revela de Si mesmo através das Escrituras, e da interação que cada indivíduo estabelece com Ele. Assim, reconhecer que no princípio criou Deus os céus e a terra, é mais do que tomar conhecimento da autoria de uma obra. Através dela e de tudo que a envolveu e a circunstanciou, podemos conhecer a Pessoa que a realizou. Isso mesmo; a Pessoa do Criador é o objetivo final da narrativa da criação.

Aí está a grande diferença entre o movimento espiritualizante presente na sociedade, e a narrativa sempre atual da Criação. No primeiro, temos a crença num deus energia, cósmico, abstrato, ou ainda em um deus observador, distante e ausente, características concluídas do conjunto das idéias defendidas por esses modernos religiosos. Em contrapartida, nos sugere a narrativa bíblica, crer num Deus Criador é crer num Deus que pretendeu, planejou e quis criar o universo. Quis trazer você, eu, nossas famílias, todos e todas as coisas à existência por amor. Ele se importou comigo mesmo antes de eu existir. Nem você, nem eu, nem ninguém é obra do acaso. Deus se envolveu na criação, cuidou de tudo nos mínimos detalhes, realizou toda a obra de forma participativa e soberana, estabelecendo formas, métodos, princípios... Tudo o que fosse necessário para que ao final pudesse dizer: “... muito bom!”.

Tu és digno, Senhor e Deus nosso, receber a glória, a honra e o poder, porque todas as coisas tu criaste, sim, por causa da tua vontade vieram a existir e foram criadas.
Apocalipse 4:11; RA

Somos o que somos e estamos onde estamos, pela vontade realizadora de Deus. Ele, muito embora pleno e tendo em si mesmo a satisfação de tudo o que envolve sua existência eterna, quis criar a humanidade para, com ela, dividir a glória de existir, de ter vida. E para isso não mediu esforços. Nem mesmo a falta de matéria para criar o universo o impediu de realizar sua vontade de trazer à existência aquilo que concebeu. Deus cria do nada aquilo que antes não existia. Não por pura exibição de poder, mas por sua determinação última em criar um ser à Sua imagem e semelhança, a quem viria dar o domínio de tudo o que criasse. O amor de Deus expresso em sua soberana vontade criadora, não conheceu barreiras que o pudesse deter. Não é de se estranhar que este mesmo Deus se concentre em buscar o homem, em resgatá-lo. Trazê-lo para perto, e estabelecer com ele intenso e sincero relacionamento, comunhão estreita, Criador e criatura, Deus e Homem... Pai e filho.

Acreditar em Deus como criador do universo é mais que um conceito teológico. É perceber que Ele se revela na criação. Não é em vão que o apóstolo Paulo afirma que “... o que se pode conhecer a respeito de Deus está bem claro para elas (pessoas que dizem não crer em Deus), pois foi o próprio Deus que lhes mostrou isso. Desde que Deus criou o mundo, as suas qualidades invisíveis, isto é, o seu poder eterno e a sua natureza divina, têm sido vistas claramente. Os seres humanos podem ver tudo isso nas coisas que Deus tem feito e, portanto, eles não têm desculpa nenhuma. Eles sabem quem Deus é...” (Romanos 1:19-21; BLH).

Podemos concluir, então, que há grande relevância em se crer que Deus é o Criador do universo. Essa crença determina a visão como cidadão do cosmos, amplia a compreensão da vida em todos os seus aspectos, e influência o grau de relacionamento com Ele. Pois quando não acreditamos no Criador, O limitamos em sua capacidade realizadora e anulamos em essência seus atributos. Fazemo-lo espectador da história, mero observador da vida, que se desenrola alheio a sua vontade e controle.

Não crer num Deus Criador, é destroná-lo, fazê-lo impotente. Um fantoche, produto do imaginário coletivo, resultado da fragilidade humana. Porque se Deus não criou o universo e tudo o que nele há a quem é que adoramos? Em quem é que cremos? Porque se Ele não criou, também não se envolveu. E se não se envolveu também não se interessou e nem se interessa pela humanidade, ou apenas o faz naquilo que O convém. Logo, nos entrega à própria sorte. Ora, um Deus assim não ama. E sem amor, como poderia se esvaziar de si mesmo para encarnar e salvar o mundo? Se Deus não é Criador, então o cristianismo é uma grande fraude, e somos todos infelizes, loucos e alienados. Se Deus não é Criador, em que se sustenta a nossa fé?

De certa forma, a Criação está para o Antigo Testamento no que se refere à sustentação do poder realizador de Deus em benefício do seu povo, como a Encarnação está para o Novo Testamento, no que diz respeito ao poder redentor de Deus e sua vontade de salvar a humanidade. Paralelamente, tanto a criação quanto a encarnação revelam um Deus pessoal, cheio de amor, agindo incondicionalmente e acima de toda e qualquer dificuldade. Primeiro para criar um ser com quem dividisse a glória de sua existência, e com Ele se relacionasse, e segundo para resgatar esse Homem e novamente restabelecer relacionamento com Ele. Ambos os fatos, cada um em seu contexto histórico, são os detentores fatuais da demonstração maior do interesse de Deus pela humanidade, do seu desejo último de ter esse Homem por perto em íntima comunhão e estreita interação.

Levantai ao alto os olhos e vede. Quem criou estas coisas? Aquele que faz sair o seu exército de estrelas, todas bem contadas, as quais ele chama pelo nome; por ser ele grande em força e forte em poder, nem uma só vem a faltar.
Isaías 40:26;RA

Assim diz Deus, o Senhor, que criou os céus e os estendeu, formou a terra e a tudo quanto produz; que dá fôlego de vida ao povo que nela está e o espírito aos que andam nela.
Isaías 42:5; RA

Assim diz o Senhor, que te redime, o mesmo que te formou desde o ventre materno: Eu sou o Senhor, que faço todas as coisas, que sozinho estendi os céus e sozinho espraiei a terra;
Isaías 44:24; RA

Que diremos, pois, à vista destas coisas? Se Deus é por nós, quem será contra nós? Aquele que não poupou o seu próprio Filho, antes, por todos nós o entregou, porventura, não nos dará graciosamente com ele todas as coisas? Quem intentará acusação contra os eleitos de Deus? É Deus quem os justifica. Quem os condenará? É Cristo Jesus quem morreu ou, antes, quem ressuscitou, o qual está à direita de Deus e também intercede por nós. Quem nos separará do amor de Cristo? Será tribulação, ou angústia, ou perseguição, ou fome, ou nudez, ou perigo, ou espada?
Romanos 8:31-35; RA

Tende em vós o mesmo sentimento que houve também em Cristo Jesus, pois ele, subsistindo em forma de Deus, não julgou como usurpação o ser igual a Deus; antes, a si mesmo se esvaziou, assumindo a forma de servo, tornando-se em semelhança de homens; e, reconhecido em figura humana, a si mesmo se humilhou, tornando-se obediente até à morte e morte de cruz.
Filipenses 2:5-8; RA

Por esta razão, em alguns textos do Antigo Testamento, principalmente nos capítulos 40 a 57 de Isaías, a criação é citada antes da predição do que Deus pretende fazer a favor do seu povo. Da mesma forma os escritores do Novo Testamento sempre sustentaram suas afirmações sobre a misericórdia e o amor de Deus, no fato de ter Ele enviado seu filho em favor de nós. O que na verdade os autores pretendiam, era conclamar seus ouvintes e leitores a crerem que, o que virá adiante, é obra do Deus que criou e do Deus que encarnou. Estão, na verdade, chamando-os à fé. Numa palavra, à luz do que diz o autor em Hebreus 11:3, tanto crer num Deus Criador, quanto crer num Deus Redentor é uma atitude de . E , é por si só, uma atitude definitivamente relevante.


domingo, 22 de junho de 2014

=> Em meio a desavenças uma guerra pela Paz

“Bem-aventurados os pacificadores, porque serão chamados filhos de Deus.”
                                      Mateus 5:9 - KJA


Ser um pacificador não é ser apenas contrário à guerra, mas ser alguém que busca evitá-la ao máximo e a qualquer preço. Em um país como o nosso, porém, onde a população é naturalmente “da paz”, o termo pacificador parece distante demais e foge ao contexto cotidiano. Por isso seu sentido primordial pode escapar aos menos atentos ou cair em lugar comum.

Até porque, não é somente a guerra que interrompe a paz. Contendas, agressões verbais ou físicas, também podem e efetivamente roubam nossa paz, tanto quanto a violência urbana, as frustrações e as contrariedades. E no mundo moderno, vivemos rodeados por pessoas e circunstâncias, que nos perturbam a paz como que por encomenda.

Ser um pacificador, porém, não é ser um “banana”, um covarde que foge do embate. Muito menos o é quem evita o confronto por pura conveniência, seja pelo medo da dor ou do prejuízo inevitável.

Pacificar é um exercício, e não a “saída honrosa” de quem na verdade se percebe fraco, ou em desvantagem para um enfrentamento. Pacificar é optar consciente e positivamente pela conciliação, ainda que a força e a razão nos sejam favoráveis. Diz o pacificador a si mesmo: Tenho força para vencer. Todos os motivos para contender... Mas prefiro pacificar. A paz surge da atitude e não das circunstâncias.

Pacificador é aquele que enfrenta a si mesmo em favor da paz

sexta-feira, 20 de junho de 2014

=> Impossivel explicar Deus


1 A fé é a certeza de que vamos receber as coisas que esperamos e a prova de que existem coisas que não podemos ver. 2 Foi pela fé que as pessoas do passado conseguiram a aprovação de Deus.
3 É pela fé que entendemos que o Universo foi criado pela palavra de Deus e que aquilo que pode ser visto foi feito daquilo que não se vê.
4 Foi pela fé que Abel ofereceu a Deus um sacrifício melhor do que o de Caim. Pela fé ele conseguiu a aprovação de Deus como homem correto, tendo o próprio Deus aprovado as suas ofertas. Por meio da sua fé, Abel, mesmo depois de morto, ainda fala.
5 Foi pela fé que Enoque escapou da morte. Ele foi levado para Deus, e ninguém o encontrou porque Deus mesmo o havia levado. As Escrituras Sagradas dizem que antes disso ele já havia agradado a Deus. 6 Sem fé ninguém pode agradar a Deus, porque quem vai a ele precisa crer que ele existe e que recompensa os que procuram conhecê-lo melhor.”.
                                      Hebreus 6:1-6 - NTLH

Vez por outra alguns amigos me perguntam como eu poderia lhes explicar Deus. E o que pode parecer de imediato um grande desafio, logo fica óbvio não ser nada difícil; é apenas impossível. Como explicar para alguém o que não encontro explicação nem para mim mesmo?

Quando alguma coisa pode ser explicada ou comprovada, significa que tal coisa foi desvendada e que tudo que se conjecturava antes sobre ela tornou-se óbvia, clara e inequívoca. Não há mais quaisquer suposições, mas apenas observações tácitas e inquestionáveis. Não me cabe mais crer ou não crer nessa coisa. A comprovação irrefutável, portanto impositiva por vício de condição, retira de qualquer observador a liberdade e a possibilidade da duvida, sob pena de ser considerado, esse mesmo observador, um alienado da realidade e da obviedade do que é fato.

Por exemplo. Houve um tempo em que se acreditava que a Terra era quadrada e que todo o universo orbitava em torno dela. Essa crença durou milênios, até que o avanço dos estudos astronômicos, auxiliados pela evolução do conhecimento geográfico e a oportuna expansão marítima nos séculos XV e XVI, acabaram por derrubar esse entendimento empírico, fortemente influenciado por diversos interesses que se conflitavam com a possibilidade de ser diferente. O fato de a Terra ser redonda e que a Terra girava em torno do sol e não o contrário, levou um bom tempo para ser admitido pela totalidade das pessoas. E bem pode ser que durante muito tempo, já na era moderna, alguém se mantivesse crendo no cubo terrestre ou coisa semelhante. Porém, desde a primeira foto da terra tirada do espaço, tornou-se impossível crer no contrário. Estava comprovado e, portanto, irremediavelmente imposto o fato: a Terra é redonda.

Ora, sem fé é impossível agradar a Deus. E por quê? Porque a constatação óbvia e irrefutável da sua existência, obrigaria a humanidade inteira a crer n’Ele irremediavelmente.  Sua existência seria fato e não . A imposição do fato retiraria do ser humano a liberdade tanto para negar, quanto para crer.

Deus é Espírito, e por isso os que o adoram devem adorá-lo em espírito e em verdade.”
                                      João 4:24 - NTLH

“A mensagem que Cristo nos deu e que anunciamos a vocês é esta: Deus é luz, e não há nele nenhuma escuridão.”
                                      1 João 1:5 – NTLH

“Quem não ama não o conhece, pois Deus é amor.”
                                      1 João 4:8 - NTLH

Crer na existência de Deus é, portanto, atitude de um coração crente, confiante. Ora, se Deus é espírito, é luz e é amor, então Ele não precisa ser e nem será jamais comprovado; mas sentido. Eu não tenho como, nem devo me chegar a Ele por meio de provas, mas antes pelo que percebo e confirmo no cotidiano da vida e de minhas conclusões mais íntimas.

É claro que temos inúmeros textos bíblicos que afirmam Sua existência, mas nenhum deles se presta a prová-lo cientificamente. Os céus proclamam a glória de Deus, e o firmamento anuncia as obras das suas mãos (Salmo 19:1). Isso é a percepção do salmista, pois ele mesmo não o viu realizando nada daquilo ou criando qualquer coisa. Ele, porém, não duvida. E afirma, sem qualquer comprovação, não só que Deus existe, como ainda o atribui características pessoais, afetivas e intelectuais, com base na relação que estabelece com o próprio Deus. Inexplicavelmente ele apenas crê e isso lhe basta.

Portanto, Deus não se explica, ainda que se dê a conhecer. Nem se comprova, ainda que provemos do seu cuidado. Eu só posso senti-lo. E esse sentimento explica, apenas, a minha devoção pessoal.

Que o Deus invisível que nos permite crer sem que o tenhamos visto, nos faça conhecê-lo continuamente por aquilo que sentimos e vivenciamos, dando-nos uma fé madura e inabalável.

quarta-feira, 18 de junho de 2014

X A notícia de amanhã que a seleção frustrou


A torcida brasileira está em festa. Com um desempenho pra lá de impressionante, a seleção brasileira encantou os milhares de torcedores que estiveram hoje à tarde na Arena Castelão em Fortaleza, além dos milhões de espectadores que, pela televisão ou pelos incontáveis telões espalhados pelo mundo, assistiram a Neymar e companhia superarem a boa seleção Mexicana.

O espetáculo mais uma vez começou com a torcida presente ao estádio, que repetindo a já tradicional quebra de protocolo, cantou toda a primeira estrofe do nosso hino à capela. É como se os torcedores mandassem um recado aos adversários: O estádio é nosso. O país é nosso. A vitória tem de ser nossa! Mesmo previsível, o momento é de arrepiar!

Mas não foi só a platéia que deu espetáculo. No palco seleção brilhou. Jogando compactada e envolvendo o time mexicano com um toque de bola rápido e ofensivo, a equipe brasileira chegou ao primeiro gol logo aos oito minutos do primeiro tempo. Aproveitando um cruzamento rasteiro vindo da esquerda, Fred, sempre rápido e bem colocado na área, antecipou-se aos zagueiros e mandou a bola para o fundo da rede mexicana.

Obrigada a buscar o empate, a seleção do México foi ao ataque, abrindo espaços em sua defesa e dando chance aos nossos contra-ataques. E foi exatamente com uma arrancada impressionante, que Neymar, aos vinte e sete minutos do primeiro tempo, recebendo de Luiz Gustavo uma bola roubada na intermediária brasileira, livrou-se de três marcadores, chutando rasteiro no canto direito do goleiro mexicano. Já é considerado pelos jornalistas que cobrem a Copa, o gol mais bonito da competição até agora.

Mesmo com as substituições feitas no intervalo e logo no início do segundo tempo, o técnico mexicano não encontrou uma maneira de vencer a forte marcação brasileira, e muito menos evitar os contra-ataques brasileiros, que levaram perigo constante ao gol de Ochoa. Pior. Com a entrada de Bernard aos trinta minutos, substituindo Ramires, o ataque brasileiro mostrou ainda mais entrosamento. E depois de uma rápida troca de passes entre Neymar e Bernard na entrada da área, a bola sobrou livre para Oscar, que com um chute colocado fez o terceiro gol do Brasil.

Trocando passes e mantendo a bola no campo adversário, a seleção brasileira administrou a partida até o final. Nossa defesa foi pouco testada pelos mexicanos e o goleiro Julio Cesar quase não viu a cor da bola. Foi uma vitória empolgante. Aos gritos de “o campeão voltou!”, os torcedores brasileiros deixaram o estádio rindo a toa, e com a sensação de que a conquista do hexa está ainda mais perto.

... Foi tudo o que deveria ter acontecido. Só que não!!

sexta-feira, 13 de junho de 2014

X Não foi pênalti! E daí?



Por que é sempre assim? Por que estamos sempre fazendo pouco caso de nós mesmos? Por que nos diminuímos? Por quê? O brasileiro é o único povo que conheço, capaz de menosprezar sistematicamente suas próprias conquistas, e se considerar indigno das vitórias. Em qualquer que seja o campo da atividade humana. Talvez por isso tenhamos tão pouca memória de nossos feitos, sejam coletivos ou individuais. A menos que haja um referendo externo.

Confesso que nessa questão invejo nossos “hermanos” argentinos. Eles mantêm uma admirável auto-estima nacional que me encanta. Eles se congratulam pelas conquistas e se orgulham de seus feitos, mesmo que o resto do mundo os desmereça. Azar, eles se bastam! E olha que nas últimas décadas, não faltaram motivos para que o povo argentino lamentasse a própria sorte! Não obstante eles seguem com um orgulho nacional invejável.

Nós não. Nós nos envergonhamos de tudo. Quase pedimos desculpas por sermos melhores no que somos. Como se já não nos bastasse ter uma quantidade enorme de coisas para nos envergonhar. A corrupção crassa gabinetes e corredores do congresso nacional. O poder público dá de ombros para a população, deixando a saúde, a segurança pública, os transportes e a habitação em verdadeiro estado de penúria. Uma vergonha! Disso sim precisamos nos envergonhar e agir... Agir para mudar! E as eleições vêm aí!

Mas no futebol... Ah, no futebol... Somos o que somos. E somos bons. E não precisamos nos envergonhar disso. Pelo contrário. Enquanto vários países levam décadas para revelar um ou outro jogador que encante nos gramados mundo a fora, nós brasileiros “produzimos” craques quase que em série. É só olharmos para as seleções que vieram à Copa 2014, como em outras passadas. São diversos brasileiros naturalizados, defendendo nações outras, que os acolheram, entre outras razões, por não terem “gente” para isso. Só na seleção croata, nossa primeira adversária, tem dois brasileiros naturalizados entre os 23 convocados.

“Não foi pênalti!" Gritou o mundo inteiro, e surfamos atrás na onda do menosprezo à nossa vitória. Não, é verdade. Também me pareceu que não foi pênalti. Mas e daí? Primeiro, ganhamos de três a um. Portanto sobrou gol. Quer tirar o do pênalti? Tudo bem... Continuamos ganhando. Segundo, o gol que levamos foi marcado por nós mesmos, e porque o atacante errou o único chute ao gol, que teriam dado no primeiro tempo... “Mas não foi pênalti!”. Foi tudo o que se repetiu desde o final do jogo. Misturamos a insatisfação com as circunstância da vida nacional, com a alegria da vitória. E como quem teme esquecer as mazelas que precisam ser consertadas, não celebramos as conquistas. E nos mantemos a sensação de ilegítimos. Desnecessário...

Precisamos aprender a sentir uma coisa de cada vez. A indignação é legítima. Mas a alegria e o orgulho também.  Cada um no momento adequado e pelas razões certas. Como ontem, podemos dar uma grande virada nas urnas e melhorarmos o país. E faremos isso quando chegar a hora. Até lá... Brasil! Brasil! Brasil!...

domingo, 8 de junho de 2014

* Por que Teologia? Por que aqui?


Por Jânsen Leiros Jr.

Interessei-me por religião muito cedo. Ainda menino, me flagrava pensando em assuntos que um garoto da minha faixa etária jamais se ocuparia em pensar. Vida após a morte, reencarnação, espíritos e morte, eram temas que se alternavam em minhas divagações, ainda que pelo pouco conhecimento, minhas conclusões fossem superficiais e pouco convincentes a mim mesmo.

À medida que eu crescia, também crescia a lista de assuntos ligados ao “mundo religioso” a ocupar minha mente. E toda vez que os adultos de minha família comentavam sobre algum desses assuntos, eu parava qualquer brincadeira e encostava para ouvir, Intuitivamente buscava referências.

Lembro, porém, que um determinado assunto me incomodava mais do que todos os outros; a morte. Eu já tinha uns treze ou catorze anos, não tenho como precisar, quando numa noite eu tentei simular o que imaginava ser um “estado de morte”. Estava só à noite no apartamento que morava com minha mãe e meu irmão na Rua Hermínia, e aproveitei para apagar as luzes, deitar na cama, esticar o corpo (como via os corpos colocados nos caixões), e fiquei quieto... bem quieto. Concentrei-me para não ouvir nada à minha volta e tentei aos poucos esvaziar a mente de qualquer pensamento. Até mesmo sobre o que estava pretendendo fazer. Não lembro exatamente que tipo de sensação eu tive naquele instante, ou mesmo se a simulação funcionou, mas uma frase cortou o vazio que eu tentei criar e eu pensei: Quando eu morrer não vou mais existir! O susto que essa “revelação” me causou foi tão grande, e o pânico de deixar de existir foi tão amedrontador, que acendi todas as luzes, corri para o apartamento de um vizinho que morava no andar de cima, e fingindo querer brincar com ele e meu irmão que já estava por lá, refugiei-me ali de meus próprios pensamentos. No dia seguinte decidi que buscaria uma religião.

Outras curiosidades sobre essa fase, contarei em outras oportunidades. Por hora é importante apenas mostrar como a teologia, desde muito cedo, povoava meus pensamentos e estimulava meu desejo de investigar seus mistérios. E olha que eu sequer imaginava existir a expressão teologia.

Entrei para a Igreja Batista de Cachambi aos catorze anos e logo me vi envolvido profundamente com tudo que se referisse ao estudo da Bíblia. Convencido que era a Palavra de Deus, fui aluno dedicado da Escola Bíblica Dominical – EBD, e desde esses dias a teologia é minha paixão mais terna, mais cuidada, mais bem tratada.

Meus estudos avançaram, meu empenho cresceu. A vida cotidiana por vezes ofereceu obstáculos e muitas pedras me fizeram tropeçar. Ainda assim os livros sobre o assunto se multiplicaram, e lidos se acumularam pelas prateleiras de minhas casas. Abertos e estudados, se espalharam pelas mesas de estudo, desarrumando a casa tão bem cuidada e mantida por minha esposa, Renata. Que Deus lhe dobre a paciência com minha bagunça!

Enfim, em todos esses anos de experiência de vida e estudo teimoso e persistente, amealhei uma quantidade absurda de papeis com anotações e rabiscos ininteligíveis, artigos jamais publicados, estudos ensaiados, aulas de EBD ministradas e mensagens que púlpito algum jamais ouviu... Meus talentos enterrados de estimação.

No último Dia das Mães, porém, meu irmão, o mesmo que brincava na casa do vizinho na noite que eu fugi de medo de minha morte imaginária, hoje pastor batista, me desafiou a desenterrar tudo isso. Mais; comunicar, repartir... anunciar. Sair da caverna da vergonha, descer da árvore de onde assistia Jesus passar. Ele estava certo e eu decidi encarar o desafio e correr o risco.

Qual risco? O risco de ser lido e se lido criticado. O risco de ser contestado e se contestado humilhado. O risco de me sentir ridículo e se envergonhado calar. Mas calar por quê? Num tempo em que ninguém se envergonha de dizer o que pensa sobre qualquer assunto, em que muitos expressam abertamente pelas redes sociais suas críticas, declaram suas predileções, anunciam seus sonhos, que demonstram até mesmo o que não são, por que eu deveria temer crer em público, pensar alto, falar sozinho... sentir como qualquer um, o que vejo como ninguém?

Então vai ser assim. Vou sonhar, vou contar, vou rever e acordar. Cantar em verso e prosa minhas desconfianças. Contar em histórias minhas suspeitas. Colocar em dúvida minhas certezas e me certificar de não me afirmar absoluto. Mas devo confessar que não me permitirei ser radical, na determinação de jamais o ser ou não.

Espero assim, que se você se interessar por esse blog, encontre nele um lugar aconchegante para suas idéias, estimulante para suas descobertas e, sobretudo uma cadeira a mais para puxar, se sentar e conversar.

Um Forte abraço.
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