Aproveitando
que o sangue ainda está quente, e que na cabeça ainda martela a pergunta
"o que aconteceu?", vamos a algumas reflexões:
1. Gabamo-nos
de ser o país do improviso. Confiamos tanto em nossa capacidade de "desenrolarmos
uma parada", que esse costume de apagar incêndio se espalha em diversos
seguimentos. Não seria diferente no futebol. Acreditamos piamente em nossa habilidade
e talento para solucionarmos tudo. "Nada substitui o talento", diz o slogan
do prêmio Profissionais do Ano. Mas o que vimos hoje, é que NADA
SUPERA O TRABALHO. Nem um planejamento cumprido a risca, e a confiança
imensa de confiar que o outro realizará o que foi combinado.
2. Alguém
tem dúvida de que individualmente nossos jogadores são superiores tecnicamente?
Acontece que o futebol é um esporte coletivo. Ganha a equipe que melhor utilizar
TODAS as suas peças. Passamos grande sufoco em quase todos os nossos jogos, porque
jogamos sempre com menos jogadores que a equipe adversária. Numa equipe em que
cada integrante desempenha um papel relevante, não pode haver coadjuvante. Mas
nós esperamos sempre de um único herói.
3. A
entrevista do Davi Luiz ao final do jogo demonstrou o peso e a responsabilidade
que nós... TODOS NÓS jogamos sobre os ombros desses meninos. "eu só queria
dar um pouco de alegria para esse meu povo que é tão sofrido..." disse
esse menino entre lágrimas e pedindo desculpas. Não Davi, não é você nem o
Neymar, nem o Julio Cesar. Nenhum de vocês tem a responsabilidade de fazer o
povo feliz. Nem o Felipão! A responsabilidade de fazer o povo feliz é dele
próprio e de seus governantes, em garantir condições de uma vida digna para
todo brasileiro. Nós e a mídia inteira acreditamos que, se fizéssemos esse
grupo internalizar que eles eram obrigados a vencer a Copa 2014, no Brasil,
isso de algum modo se traduziria em garra, força e determinação dentro de
campo. Erramos todos na mão. O que causamos foi, descontrole, insegurança e
culpa. O que ficou muito claro no jogo contra o Chile.
4. Por
fim... Não, a Copa NÃO FOI COMPRADA! Nem vendida. E não teria sido melhor fazer
hospitais em lugar de estádios. Hospitais devem ser feitos sempre. Assim como escolas,
casas populares e tudo o mais que se espera do poder público. Chega de misturarmos
governo e futebol!
5.
Desculpem-me, mais uma coisinha.
Continuamos sendo pentacampeões. Aliás, o único país com cinco estrelas no
uniforme. O maior exportador de craques do planeta. Só precisa haver trabalho e
planejamento. Mas se continuarmos a trocar os profissionais a cada jogo mal sucedido,
teremos que esperar um pouco mais do que quatro anos para sermos campeões outra
vez.
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