“1 Antes de tudo,
pois, exorto que se use a prática de súplicas, orações, intercessões, ações de
graças, em favor de todos os homens, 2 em favor dos reis e de todos
os que se acham investidos de autoridade, para que vivamos vida tranqüila e
mansa, com toda piedade e respeito. 3 Isto é bom e aceitável diante
de Deus, nosso Salvador, 4 o qual deseja que todos os
homens sejam salvos e cheguem ao pleno conhecimento da verdade.”
1 Timóteo 2:1-4 – RA
“1 Todo homem esteja sujeito às
autoridades superiores; porque não há autoridade que não proceda de Deus; e as
autoridades que existem foram por ele instituídas. 2 De modo que aquele que se opõe
à autoridade resiste à ordenação de Deus; e os que resistem trarão sobre si
mesmos condenação. 3
Porque os magistrados não são para temor, quando se faz o bem, e sim quando se
faz o mal. Queres tu não temer a autoridade? Faze o bem e terás louvor dela, 4 visto que a autoridade é
ministro de Deus para teu bem. Entretanto, se fizeres o mal, teme; porque não é
sem motivo que ela traz a espada; pois é ministro de Deus, vingador, para
castigar o que pratica o mal. 5
É necessário que lhe estejais sujeitos, não somente por causa do temor da
punição, mas também por dever de consciência. 6
Por esse motivo, também pagais tributos, porque são ministros de Deus, atendendo,
constantemente, a este serviço. 7
Pagai a todos o que lhes é devido: a quem tributo, tributo; a quem imposto,
imposto; a quem respeito, respeito; a quem honra, honra.”
Romanos 13:1-7 – RA (ver também
Jeremias 29:7)
É
flagrante e crescente a onda de pessimismo que vem acometendo os diversos
seguimentos da sociedade brasileira, quanto ao futuro próximo de nosso país. O
noticiário vem acumulando fatos que têm estarrecido a população mais atenta aos
rumos da nação. Mudanças de regras, inversões de prioridades, corrupção e
instabilidade política, apontam para dias difíceis e conjunturas nada
favoráveis a um transcurso tranqüilo e próspero da vida de nossa gente.
É
claro que em circunstâncias como essas, os menos favorecidos, os pobres e os
dependentes de amparo do Estado são sempre os mais prejudicados, ainda que pela
falta de informação ou mesmo de formação, não sejam capazes de perceber o
caminho nada promissor que a conjuntura sócio-econômica vem trilhando. Iludidos
por paliativos que lhe mitigam as necessidades mais imediatas, são incapazes de
enxergar que o futuro e o horizonte pode lhes estar sendo negados, à medida que
as vigas para um amanhã consistente, oscilam afundadas em um lamaçal de negociatas
de uma gestão confusa e de eficácia duvidosa.
Na
outra ponta dessa corda, estão os presumidamente esclarecidos, que imaginam
perceber as “ciladas” e “artimanhas” da atual administração pública, rebelando-se
e multiplicando-se em críticas e acusações que oscilam entre infundadas e
totalmente aceitáveis, demonstrando uma indignação latente e pulsante, mas que
em contrapartida, admitem que o remédio, agora, terá mesmo que ser amargo, dada
a extensão dos danos que a gestão doente
sofreu. De prático, sobram críticas e dedos em riste, faltam idéias e soluções
plausíveis, menos dolorosas para a maioria dos brasileiros. Falo maioria,
porque obviamente há aquela parcela bem minoritária da sociedade, para quem as
condições que o país atravessa, parece pouco incomodar ou mesmo em nada atingir
suas vidas supostamente seguras e inatingíveis por questões menores e sem importância.
E
nós cristãos, o que pensamos disso tudo? O que esperamos? Em quem acreditamos?
Para qual lado torcemos ou tendemos? Somamos com os que acreditam que tudo o
que tem aparecido na mídia é uma conspiração política para aplicar um golpe no governo
legitimamente constituído, ou nos juntamos aos que apontam o dedo acusando a
gestão pública de incompetência e corrupção, culpando-os exclusivamente pelas
circunstâncias em que se encontra o país? De ambos os lados há razões e sobram argumentos, e qualquer
discussão a respeito não parece melhorar em nada a realidade premente e
preocupante.
Alheio
a conflitos, mas atento à conjuntura e às circunstâncias sociais em que estavam
inseridos os cristãos do primeiro século, Paulo exorta Timóteo a orar pelos
reis e autoridades. Quer queiramos, quer não, vivemos em uma sociedade civil.
Um país onde as decisões e os rumos definidos por seus governantes têm impactos
diretos e indiretos em nossa vida cotidiana. O apóstolo sabia disso e entendia
que a tranqüilidade e a facilidade para continuar pregando o evangelho
atendendo à vontade de Deus de que todos
sejam salvos, dependia de uma condução ordenada e calma por parte das
lideranças políticas daquela região.
Ao
dizer para orar por todos os homens,
Paulo pretende que Timóteo não se furte de orar por um ou outro determinado
governante, seja ele quem for, pense ele o que pensar, seja ele pagão ou não.
Paulo amplia assim a percepção de Timóteo de que a pluralidade da condição
humana não pode estreitar-nos em uma visão elitista e exclusivista. O
importante era pedir a Deus que lhes garantisse uma condição social mansa e
tranqüila, para que pudessem viver piedosamente, adorando e servindo de testemunhas
de Deus sempre que oportuno.
Em
Romanos, Paulo adverte quanto à importância do respeito e à submissão aos
governantes, por Deus investidos de autoridade. Desse modo ele ressalta
que Deus se mantém no controle da história, e seja lá de que modo tal
autoridade tenha sido estabelecida, se por Deus não lhe fosse dado tal poder,
ela não seria autoridade. Como já
havia sido dito anteriormente por Jesus a Pilatos:
“10 Então, Pilatos o advertiu: Não
me respondes? Não sabes que tenho autoridade para te soltar e autoridade para
te crucificar? 11
Respondeu Jesus: Nenhuma autoridade terias sobre mim, se de cima não te fosse
dada; por isso, quem me entregou a ti maior pecado tem.”
João 19:10-11 - RA
Portanto
submissão às autoridades e súplicas a Deus por elas, é agradável ao Senhor. É a
busca por dias menos difíceis para o conjunto da nação. A briga política não é
nossa vocação direta, mas sim as intercessões, súplicas e ações de graças.
Ora,
até quando assistiremos ao noticiário da TV, apenas emitindo indignadas
considerações, sem levantar um clamor sincero e responsável a Deus em favor de
nosso país? Se o mundo jaz no maligno,
o Brasil não está diferente. É nossa responsabilidade suplicar a Deus por nossa
nação. Ainda que sejamos peregrinos em terra estranha, como vivia Israel no
exílio em Babilônia.
“4 Assim
diz o Senhor dos Exércitos, o Deus de Israel, a todos os exilados que eu deportei
de Jerusalém para a Babilônia: 5
Edificai casas e habitai nelas; plantai pomares e comei o seu fruto. 6 Tomai esposas e gerai filhos e
filhas, tomai esposas para vossos filhos e dai vossas filhas a maridos, para
que tenham filhos e filhas; multiplicai-vos aí e não vos diminuais. 7 Procurai a paz da cidade
para onde vos desterrei e orai por ela ao Senhor; porque na sua paz vós tereis
paz.”
Jeremias 29:4-7 – RA
Que
Deus nos inspire contínuo sentimento de intercessão por nosso povo e por nossa
nação, para dias de paz e mansidão nos sejam concedidos. Para que o evangelho
de Jesus possa ser pregado com singeleza de coração, em meio à tolerância e boa
vontade.
Um
forte abraço...