segunda-feira, 12 de janeiro de 2015

=> Seguros porque confiantes. Ainda que neste mundo!



“Grande paz têm os que amam a tua lei; para eles não há tropeço.”
                      Salmos 119:165 – RA

Vivemos uma conjuntura de grandes incertezas em todo o mundo. Crises financeiras, escassez de recursos, desempregos, conflitos armados, epidemias... A informação em tempo real nos faz saber muito rapidamente de tudo, em qualquer lugar e ao mesmo tempo, e quase nunca são boas noticias. A sofreguidão por repercutir instantaneamente aquilo que pode causar grande comoção e influenciar direta ou indiretamente na vida de todos, estabelece uma seleção estratégica por um noticiário bombástico e alarmista. Vivemos aos sobressaltos. 

Na prática, isso causa um acumulo de preocupações e incertezas subliminares, que afetam a convicção e o empenho em planos de médio e longo prazo na vida de todos nós. Pessoas passam a viver um imediatismo reativo e pragmático, na intenção de abreviarem suas conquistas e recompensas, antes que o mundo se acabe, ou ainda que lhes faltem condições idéias para se locupletarem de seus esforços, ou realizarem seus sonhos. Passamos a viver na ansiosa intenção do amanhã, com o peso da culpa do ontem, e quase nunca atentos ao hoje, ao aqui e ao agora.

A ansiedade e o medo tornaram-se o mal da modernidade. Tanto que paz e tranqüilidade viraram produtos de consumo, anunciados em profusão pela mídia no mundo inteiro. No pacote, segurança e lazer, tornam-se suas fontes, e já não podem faltar em quase nenhum lançamento imobiliário, por exemplo. Ah! Não podemos nos esquecer da conectividade, que nos permite estar ligados com o mundo lá fora, enquanto nos protegemos dentro dos muros do temor que levantamos à nossa volta.

O que aconteceu com a sociedade? Onde foram parar nossas certezas e convicções? O que nos levou a relativizar nossas bases, nossas crenças e certezas? Ainda que não comprovadas cientificamente, elas orientavam a régua média de conduta ética das ambições, o sentido da vida, e iluminavam nossas existências fugazes e pouco agitadas. Terá sido a relativização generalizada de todos os nossos pilares morais e afetivos a responsável por esse mar de incertezas, ou tudo isso é apenas um efeito colateral do ateísmo funcional em que o mundo se lançou, quase que em sua totalidade, escolhendo convenientemente o lado da suposta liberdade, quando do conflito direto entre a presumida iluminação e a ultrapassada moral religiosa?

Creio que o que vivemos hoje é um pouco de tudo, em que o todo é ao mesmo tempo causa e efeito do caos em que nos lançamos voluntariamente. Sim, voluntariamente, porque escolhemos dar as costas para Deus. Decidimos pelo caminho da facilidade e do descompromisso, do abandono aos valores, e da aventura do descaso. Lançamo-nos à própria sorte, navegando ao sabor do vento e torcendo por um porto qualquer. Criamos um cenário de angustia e medo viciantes, em  que todo fato nos assusta, toda probabilidade nos inquieta, qualquer demora impacienta, e qualquer mínima divergência nos ofende.


32 Os tolos morrem porque rejeitam a sabedoria; os que não têm juízo são destruídos por estarem satisfeitos consigo mesmos. 33 Mas quem me ouvir terá segurança, viverá tranqüilo e não terá motivo para ter medo de nada.”
                      Provérbios 1:32-33 - NTLH

A Bíblia declara e nós somos testemunhas, que a comunhão com Deus nos inspira à confiança e à esperança que nos traz a paz. Não que, por participantes de seu Reino, nos tornamos inatingíveis ou imortais em nossa natureza, mas porque a paz de Deus que excede a todo o entendimento e o seu amor, ambos experimentados, nos trazem segurança e lançam fora todo o medo. Estamos então livres de infortúnios ou contingências da vida? De modo algum, mas temos confiança plena de que todas as coisas contribuem para o bem daqueles que amam a Deus; dos que crêem n’Ele (Romanos 8:28). Por isso caminhamos olhando para frente, com os olhos na promessa, atentos aos que caminham ao nosso lado, para sermos generosos e solidários. O imprevisto é certo, mas o socorro também.


“Estas coisas vos tenho dito para que tenhais paz em mim. No mundo, passais por aflições; mas tende bom ânimo; eu venci o mundo.”
                      João 16:33 - RA

Ora, se a fé é o fundamento das coisas que se esperam, e a certeza das coisas que ainda não existem, a incerteza instalada no mundo e sua insegurança, decorrem da falta de fé no Deus Criador, e de sua decisão em criar para si um deus distante e impessoal, objeto de teorias frívolas e de coisificação maniqueísta. Fizeram para si um ídolo mental e estático, impossível de interagir com a vida e suas complicações. Um deus inapetente e sem vigor, amuleto de uma inoperante energia cósmica e positiva.



“naquele tempo, estáveis sem Cristo, separados da comunidade de Israel e estranhos às alianças da promessa, não tendo esperança e sem Deus no mundo.”
                      João 16:33 - RA

Que o Senhor, por meio de nosso testemunho de fé e esperança em Cristo, renove a confiança nos corações de muitos, trazendo-nos segurança e paz, para que as circunstâncias e as contingências do cotidiano, não nos arrebatem nem nos enlace no jogo opressivo da ansiedade. Afinal, quem pode acrescentar um centimetro sequer à sua altura por mais ansioso que esteja; e ainda, basta cada dia o seu mal.

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